Antes de mais nada, repito o que disse ontem: Custa crer que uma instituição séria como a Caixa Econômica Federal, responsável pelo leilão público, tenha participado de uma suposta marmelada, como as informações da Polícia Federal sugerem.
A Polícia Federal afirmou, nesta quarta-feira, que iria investigar possíveis conexões políticas na denúncia de uma suposta fraude na compra do terreno do projeto Novo Recife.
O personagem mais óbvio era João Paulo, ex-prefeito do PT na época.
Em nota oficial enviada ao Blog, João Paulo se apressa em dizer que nada tem a ver com o projeto, embora tivesse ido até a porta das manifestações angariar alguns votos.
Acabou levando foi uma vaia da turma do PSOL, que controla a pantomima.
Venda de terreno do Novo Recife foi feita pela Caixa, sob governo Lula e tendo João Paulo como prefeito > Leia também: – Novo Recife se posiciona sobre investigação da PF e afirma que leilão foi legítimo – PF apura suspeita de fraude em leilão do terreno do Estelita Os jornais locais não falaram sobre a ex-presidente da caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho.
A moça é parente do deputado federal do PSDB Daniel Coelho e saiu do comando do banco federal em março de 2011.
Maria Fernanda presidia o banco público desde 2006.
De acordo com o noticiário nacional conhecido, Maria Fernanda acabou fragilizada no cargo desde que foram descobertas fraudes bilionárias no Banco Panamericano, que até então pertencia ao empresário Silvio Santos.
O banco teve fatia adquirida em 2009 pela Caixa.
Sob a gestão de Maria Fernanda, o banco público comprou 49% do Panamericano, meses antes de que fossem descobertas “inconsistências contábeis” e irregularidades financeiras na instituição - que terminaram em um aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Nunca saiu da política.
Nas eleições municipais passadas, reapareceu em um palanque em Brasília Teimosa, ao lado de João Paulo (candidato ao Senado) e Armando Monteiro Neto, candidato ao governo.
No palanque, Lula derramou-se em elogios a ex-presidente.
Leia mais sobre o comício aqui.
No lugar de Maria Fernanda, o então vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda, assumiu o comando da instituição.
A então ministra do Planejamento, Miriam Belchior, convidou Maria Fernanda para assumir a diretoria do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington (Estados Unidos).
Maria Fernanda Ramos Coelho assumiu a Presidência da Caixa Econômica Federal em março de 2006, após a queda do antigo ocupante do cargo, Jorge Mattoso, que admitiu envolvimento na quebra de sigilo bancário de Francenildo dos Santos.
O caso também gerou a saída do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que foi substituído por Guido Mantega.
Maria Fernanda era funcionária da Caixa desde 1984.
Em Recife, atuou como gerente-geral em agências e como gerente regional da área de apoio ao Desenvolvimento Urbano.
Desde 2003, em Brasília, assumiu a Superintendência Nacional da área de desenvolvimento econômico e social e a Superintendência Nacional responsável pelas estratégias e desenvolvimento empresarial da Caixa.
Como vocês sabem, o Blog de Jamildo, ainda em 2008, foi o único a registrar com exclusividade o resultado do leilão público, realizado em São Paulo, pela Caixa Econômica Federal.
Moura Dubeux compra galpões da RFFSA por R$ 55,4 milhões em São Paulo O objetivo era arrecadar recursos financeiros para pagar indenizações aos trabalhadores demitidos pela privatização da Rede Ferroviária Federal. “A construtora Moura Dubeux, o mesmo grupo imobiliário que conseguiu aprovar na Prefeitura da Cidade do Recife de João Paulo a construção de Duas Torres gêmeas no Recife Antigo, acaba de ganhar em São Paulo o leilão para a venda dos galpões da Rede Ferroviária Federal no Cais José Estelita”, escreveu o Blog de Jamildo, então. “O valor pago foi de R$ 55,4 milhões, pouco acima do valor de partida”, informei.
Nesta terça-feira, a PF diz que uma das possibilidades de valor era R$ 10 milhões maior.
Como não houve outros grupos interessados, o preço não se moveu no leilão.
Como a PF disse hoje que vai atrás de eventuais interesses ou beneficiários políticos do leilão, fica a curiosidade sobre os eventuais beneficiários da suposta fraude.
Repito o que disse ontem: Assim, bom mesmo que fique tudo esclarecido e que não sirva de mais um instrumento de manobra para protelar a necessária obra para a capital pernambucana.
Ninguém em sã consciência defenderia irregularidade ou ilegalidades.
O que as pessoas de boa fé defendem é a transformação radical daquela parte da cidade, completamente abandonada e entregue às drogas.