Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado Estadão Conteúdo - Em razão da permanência do impasse com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou nesta quarta-feira, 30, o adiamento da sessão do Congresso Nacional em que estava prevista a discussão de vetos presidenciais à chamada “pauta-bomba”.

O imbróglio tem origem no fato de Cunha defender que na sessão do Congresso de hoje também fosse incluída a apreciação dos vetos da Lei da reforma eleitoral, encaminhados ontem ao Congresso pela presidente Dilma. “Não há acordo.

Não há como vincular a realização de uma sessão do Congresso à apreciação de um veto que até ontem não havia sido aposto.

Vamos convocar a próxima sessão para priorizar o todo e não a parte, não o capricho.

Vamos marcar nova sessão do Congresso Nacional para terça-feira, às 11h30”, afirmou Renan após reunião de líderes do Senado, encerrada nesta tarde. “Não realizamos a sessão hoje porque a Câmara realizou sessões seguidas para o mesmo horário.

Isso é inédito, mas aconteceu”.

A iniciativa de Cunha foi interpretada por parte das lideranças partidárias do Senado como uma “chantagem” que não poderia ser atendida.

Na reunião de líderes, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) foi um dos mais exaltados e críticos à postura do presidente da Câmara.

Segundo relatos, Barbalho chegou a chamar o deputado de “ladrão” e “bandido” na presença dos demais líderes.

A revolta com Cunha também contagiou integrantes da oposição do Senado. “Não tem condicionante.

Não se faz política na base da ameaça.

Do toma lá da cá.

O senado não se curvaria a nenhum tipo de exigência que possa ser feito nesta ordem.

Então, aquilo que foi reivindicado pelo presidente da Câmara não pode ser atendido.

E ele Eduardo Cunha resolveu numa atitude que pode ser repreendida ocupar fisicamente o plenário com a sessão da Câmara”, afirmou o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB).

Na reunião de líderes também não houve acordo para se votar ainda nesta semana a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que entre outros pontos, restabelece o financiamento privado de campanha.

A proposta deverá tramitar num calendário que ainda será definido em futura reuniões entre os líderes partidários.