A recente divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE) referente a julho mostrou queda real, ou seja, descontada a inflação, de 3,5% do varejo restrito, na comparação com julho de 2014.
O resultado do IBGE veio 0,4 ponto percentual abaixo da estimativa do IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas), que apontou um decrescimento de vendas de seus associados de 3,1%, antecipando novamente a tendência da PMC.
Já para o mês de agosto, o indicador do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo) manteve a tendência de decrescimento do varejo, devido, principalmente à instabilidade e à deterioração dos principais indicadores econômicos que direcionam o consumo.
Os associados apontaram para agosto uma queda real nas vendas de 7,2% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Para este e os próximos dois meses, os associados indicam a continuidade da retração nos resultados de faturamento real, apontando queda de 1,43% em setembro, 1,37% em outubro e 0,91% em novembro no faturamento real, na comparação com os respectivos períodos do ano anterior.
Todos os segmentos tiveram decrescimento de vendas em agosto, mas novamente o segmento de bens duráveis foi o que mais colaborou com o resultado negativo do índice.
Os associados do IDV desse segmento divulgaram resultado real negativo de 9,46% em agosto, já descontada a inflação.
Tal comportamento pode ser atribuído ainda pela baixa confiança dos consumidores e os desafios no cenário de crédito.
A expectativa dos associados é de um decrescimento de 2% em setembro, 1,1% em outubro e 0,6% em novembro.
Já o setor de semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, apresentou queda real de 6,4% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
A expectativa para este e os próximos dois meses é de crescimento de 2,3% em setembro, 2,8% em outubro e 1,3% em novembro.
O segmento de bens não duráveis, que responde em sua maior parte pelas vendas de super e hipermercados, foodservice e perfumaria, apresentou queda de 6% nas vendas realizadas em agosto.
O cenário deste e dos próximos dois meses é de continuidade do decrescimento desse segmento.
Os associados estimam queda de 2,7% em setembro, 3,4% em outubro e 2,1% em novembro, na comparação anual. “A deterioração dos pilares macroeconômicos que direcionam o consumo tem influenciado diretamente para o baixo desempenho do varejo desde o 3º trimestre do ano passado, e com agravamento do cenário em 2015, o IAV-IDV já acumula no ano, até agosto, retração real de 2%”, afirma Luiza Helena Trajano, presidente do IDV.
As projeções dos analistas, divulgadas pelo Boletim Focus em 18 de setembro, estimam um decrescimento de 2,7% para o PIB de 2015 e de 0,8% para 2016.
Da mesma forma, do lado dos preços, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) tem as seguintes previsões: 9,34% em 2015 e 5,7% em 2016.