A presidente Dilma Rousseff reúne na manhã desta quarta-feira (30) os governadores do PSB, Ricardo Coutinho (PB), Rodrigo Rollemberg (DF) e Paulo Câmara (PE), e deve oferecer ao partido o ministério da Ciência e Tecnologia, de acordo com a Folha de São Paulo.

A vaga abriu após a presidente colocar o atual ministro da pasta, Aldo Rebelo, para a Defesa e transferir Jaques Wagner para a Casa Civil.

Aloizio Mercadante deve ir para o Ministério da Educação.

A audiência acontece após o PSB sinalizar que pode ir para a oposição e apoiar um pedido de impeachment.

PERDA DE TEMPO Em contato com representantes do PSB em Brasília, o Blog de Jamildo apurou que o pensamento do partido vai de encontro às intenções da presidente.

De acordo com integrante da legenda, o PSB não deve aceitar a oferta de Dilma.

O PSB, que hoje se classifica como um partido “independente” em relação ao governo Dilma Rousseff, assumirá na próxima semana, em reunião da Executiva Nacional, posição oficial de oposição à gestão da petista.

Deve, inclusive, votar favoravelmente a um processo de impeachment, mas sem tomar a iniciativa.

Apesar de o presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmar frequentemente que impeachment não pode ser classificado como golpe, seu partido ainda vive uma divisão em relação ao tema.

Na última semana, uma reunião com integrantes das bancadas do PSB na Câmara e no Senado, Siqueira e os três governadores do partido – Rodrigo Rollemberg (DF), Paulo Câmara (PE) e Ricardo Coutinho (PB) – teve como um dos temas uma possível posição oficial em relação ao processo de impeachment que poderá ser apreciado pelo Congresso nas próximas semanas.

Não houve consenso.

NEGOCIAÇÕES Dilma passou a terça em negociações para fechar a nova equipe, com a qual espera recompor a base para aprovar o ajuste fiscal e evitar abertura de um processo de impeachment na Câmara.

Além do PMDB, tenta trazer o PSB de volta à Esplanada.

Até o anúncio da reforma, o governo espera que o Congresso já tenha votado, e mantido, vetos presidenciais a projetos que aumentam os gastos públicos, como o que reajusta salários no Judiciário.

Nesta terça, Dilma indicou cedo ao vice, Michel Temer, que irá ampliar de seis para sete ministérios a cota do PMDB no governo mesmo que, para isso, recue no propósito de reduzir dez pastas.

Já está definido que os senadores Eduardo Braga (Minas e Energia) e Kátia Abreu (Agricultura) serão mantidos.

Dois deputados do PMDB entrarão.

Para a Saúde, o mais cotado é Marcelo Castro (PI), médico.

A segunda pasta está sendo negociada, mas não se descarta manter a Pesca como pasta independente.

Inicialmente, se cogitava anexá-la à Agricultura.

Há outras opções, como Cultura; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Ciência e Tecnologia.

Do grupo de Temer, Eliseu Padilha deve continuar na Aviação Civil, e Henrique Eduardo Alves, no Turismo.

Já Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), pode trocar a Pesca, na hipótese de ser extinta, por Portos, que não será mais fundido com Aviação.

O ex-presidente Lula é esperado em Brasília nesta quarta para ajudar nas negociações da reforma.

Uma de suas missões é acalmar o PT, insatisfeito com a perda da Saúde e com a fusão de três secretarias (Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos) no Ministério da Cidadania.