Foto: Wilson Dias/Agência Brasil Com informações da Folhapress A presidente Dilma Rousseff demitiu por telefone nesta terça-feira (29) o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Em uma conversa fria, ela afirmou ao petista que ele fica no cargo até quinta (1°), data em que deve ser anunciada a nova configuração da Esplanada dos Ministérios.

Segundo relatos, a petista ficou irritada com declarações recentes do ministro à imprensa e com a suspeita de que ele estaria trabalhando para se manter no cargo junto a médicos sanitaristas e profissionais do ramo da saúde.

Na semana passada, o ministro já havia reunido sua equipe de secretários para falar de sua saída do cargo.

O encontro foi realizado no mesmo dia em que o Palácio do Planalto informou ao ministro que seu posto seria oferecido ao PMDB na reforma administrativa.

Na época, Chioro chegou a se queixar de que se sentia “rifado” pelo governo federal.

Arthur Chioro participou da gestão do Ministério da Saúde entre 2003 e 2005 como Diretor do Departamento de Atenção Especializada.

Além disso, foi conselheiro da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e duas vezes presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS-SP).

Em entrevista ao jornal O Estado de S.

Paulo na última segunda (28), Chioro destacou uma situação preocupante para o setor de saúde no Brasil.

Segundo ele, por falta de dinheiro, o atendimento público de saúde pode entrar em colapso no próximo ano.

Chioro não é o primeiro ministro dos governos petistas demitido por telefone.

Em 2004, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou da mesma forma o então ministro da Educação, Cristovam Buarque, que passava férias em Portugal.

Chateado, Cristovam avaliou como uma “desconsideração” ter sido demitido pelo telefone.

O nome mais cotado para assumir a Saúde é do deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI).

O parlamentar é formado em medicina e especializado em psiquiatria.

O senador Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais, criticou a demissão. “A forma como a presidente da República está distribuindo nacos de poder, como numa feira livre, distribuindo, para quem der a melhor oferta, áreas de tamanha relevância para a vida dos brasileiros, como o Ministério da Saúde sendo trocado por 20, 30 votos, é a negação de tudo que o Brasil precisava estar vivendo”, disse o senador Aécio Neves, em entrevista coletiva, sobre a negociação feita pela presidente Dilma Rousseff de ministérios em troca de votos no Congresso Nacional.