Foto: Waldemir Barreto /Agência Senado Estadão Conteúdo - O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), comparou nesta terça-feira, 29, a reforma ministerial promovida pela presidente Dilma Rousseff a uma “feira livre” na qual vence quem der a melhor oferta. “Áreas de tamanha relevância, como o Ministério da Saúde sendo trocado por 20, 30 votos, o Ministério da Infraestrutura por outros dez votos, é a negação de tudo o que o Brasil precisava estar vivendo.
Essa era a oportunidade do retorno à meritocracia”, criticou.
Para Aécio, a possível retirada de status de ministério da Controladoria-Geral da União (CGU) é “algo criminoso”.
Isso porque, disse, o órgão criado no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, chamado na ocasião de Corregedoria-Geral da União, vinha crescendo e se fortalecendo. “Tirar o status ministerial da Controladoria é estimular a não apuração, não investigação das inúmeras denúncias que recaem sobre o governo nos Estados, portanto, teria sido melhor se a presidente sequer fizesse a reforma”, avaliou.
O tucano bateu duro na distribuição de ministérios para o PMDB. “É o fim de um governo.
O presidente Fernando Henrique disse uma frase que resume o que nós estamos vivendo no Brasil hoje.
A presidente já não governa.
A presidente é governada.
A lógica da presidente hoje, das suas ações é única e exclusivamente a sua manutenção no poder por mais alguns dias.
Então, vai dar o Ministério da Saúde em troca de 15, 20 votos, aí fala-se em Infraestrutura, se precisar cria-se outros ministérios e a lógica daquilo que poderia ser talvez a última oportunidade de uma reconexão da presidente da República com a sociedade, fazendo o enxugamento da máquina, algo meritório, onde a qualificação orientasse a nomeação dos dirigentes de empresas ou dos ministros de Estado, ela trocou tudo isso por uma lógica que o Brasil não merece mais viver, que é essa do toma lá, dá cá.
Essa da troca de cargo sem preocupação com a qualificação faz que, sem juízo de valor, a nomeação de A ou B, sem qualquer preocupação com a efetividade das ações de cada uma dessas áreas.
Essa chamada reforma administrativa, na verdade está tendo como resultado a desqualificação ainda maior de um governo muito pouco qualificado”. “A forma como a presidente da República está distribuindo nacos de poder, como numa feira livre, distribuindo para quem der a melhor oferta, áreas de tamanha relevância para a vida dos brasileiros, como o Ministério da Saúde, sendo trocado por 20, 30 votos; o Ministério da Infraestrutura por outros 10 votos, é a negação de tudo que o Brasil precisava estar vivendo.
Essa reforma ministerial, pelo que se anuncia, terá como resultado a entrega de áreas importantes do governo em troca de alguns votos no Congresso Nacional, e mais do que isso, a forma desorganizada como ela está tratando a questão dos órgãos de controle”.