Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Por Fernando Castilho do Jornal do Commercio Se você pensa que já leu, ouviu ou viu tudo que o Partido do Trabalhadores tem a dizer de ruim contra o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, enquanto entidade partidária que (teoricamente) o apoia no Congresso espere até esta segunda-feira quando será divulgado o texto do documento “Por Um Brasil Justo e Democrático”, contendo subsídios para a elaboração de um projeto de desenvolvimento nacional e uma análise crítica das atuais políticas do governo.
Esqueça o que a presidente diz do seu ministro.
Não dê importância ao que reclama o líder do partido na Câmara, Sibá Machado.
Desconsidere as restrições que o líder do partido Senado, Humberto Costa faz em publico.
E releve tudo o que o ex-presidente Lula reclama sobre a condução da política econômica do segundo governo da presidente.
Por Um Brasil Justo e Democrático é um texto acadêmico.
Sim, tem muita gente da área economia na academia que pensa diferente do resto do mundo econômico globalizado.
Daí porque o texto ter sido apresentado como iniciativa conjunta do Brasil Debate, Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, Fundação Perseu Abramo, Le Monde Diplomatique Brasil, Plataforma Política Social e Rede Desenvolvimentista.
O documento foi construído com a participação de mais de uma centena de especialistas.
O lançamento, será em São Paulo, às 15h, no Hotel Braston, e reunirá lideranças e representantes de movimentos sociais, de sindicatos, de partidos políticos, de organizações da sociedade civil.
A Fundação Perseu Abramo é a equivalente á Ulisses Guimarães do PMDB, a João Mangabeira do PSB e o Instituto Teotônio Vilela do PSDB.
Todas pagas com dinheiro do contribuinte através do fundo partidário.
Ela patrocinou um texto em dois volumes (“Mudar para sair da crise – alternativas para o Brasil voltar a crescer” e “O Brasil que Queremos – subsídios para um projeto de desenvolvimento nacional”) resultado de um trabalho de consolidação de temas diversos abordados em dezenas de artigos que em nada combinam com o que Dilma está fazendo.
A proposta é mostrar direções, indicar resultados preliminares que poderão servir como base para “um debate amplo, plural e suprapartidário”.
Seus organizadores partem do princípio de que a construção de um Brasil justo e democrático requer consensos em torno de um projeto de desenvolvimento nacional – exatamente o que não se almeja com a atual política de ajuste regressivo posta em prática pelo governo.
E o que diz o documento?
Bom, o texto diz que que está tudo errado no segundo governo Dilma Rousseff.
Que tudo só começou a dar errado quando Dilma aceitou (sugestão de Lula da Silva) a entrada do economista no comando da política econômica. É isso mesmo.
Até 2014, o Brasil ia muito bem obrigado, que seus fundamentos econômicos estavam muito sólidos e que a estratégia adotada por Dilma com o Guido Mantega tinha ajudando a manter o crescimento e estavam asseguradas todas as conquistas dos dois governos Lula.
Para começo de conversa o texto (antecipado em parte pelo portal G1 na última sexta-feira), diz que deterioração de alguns indicadores entre 2013 e 2014, o Brasil não apresentava, sob nenhum aspecto, um cenário de crise que exigisse “tamanho sacrifício da população” por meio de um ajuste fiscal.
O texto da Perseu Abramo também “prega um choque de austeridade”, para cortar os gastos mas nunca em em saúde e educação. “O verdadeiro desajuste brasileiro está nas contas de juros, essa sim completamente descolada da realidade global”.
Tem mais: os economistas do PT dizem que não há ajuste fiscal possível com taxas de juros estratosféricas.
E que na prática o ajuste recessivo está promovendo uma pesada desvalorização do salário real e uma veloz ampliação do desemprego, objetivo confesso de diversos economistas liberais como mecanismo de controle da inflação”.
Achou pouco?
Pois o documento compara a situação da economia brasileira nos últimos anos à de outros países e avalia que, apesar de apresentar uma deterioração de “alguns indicadores” entre 2013 e 2014, o Brasil não apresentava, sob nenhum aspecto, um cenário de crise que exigisse “tamanho sacrifício da população” por meio de um ajuste fiscal.
Como se pode ler a culpa de tudo é de tudo que ruim que o pais passa é do Joaquim Levy.
O Brasil não estava tão mal que exigisse o sacrifício que estamos passando.
E que tudo é culpa do capitalismo internacional do que Levy é o legítimo representante já que o setor bancário não quis colocar lá o Roberto Setúbal, que era o nome sugerido pessoalmente por Lula e, como se sabe, não aceitou.
Pois é: aquela reunião da base aliada realizada na noite de quarta-feira, aonde o líder do PT, Sibá Machado (AC), fez críticas à atuação dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Fazenda, Joaquim Levy não foi um fato isolado.
Como se soube depois pelos líderes partidários que participaram do encontro, Sibá chegou a defender a saída de Cardozo e Mercadante.
E Sibá Machado confirmou que relatou aos deputados o clima de insatisfação do PT em relação aos três ministros, embota tenha negado que tenha “pedido a cabeça” de qualquer um deles.
Imagina o que aguarda Dilma quando ele voltar de Nova York, onde participa da Assembleia Geral da ONU.