Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem Trabalhadores do setor metalúrgico decidiram, por unanimidade, entrar em estado de greve em assembleia geral realizada na noite do último sábado (26).

Eles não aceitaram a proposta da classe patronal, que ofereceu um reajuste de 8%, dividido em duas vezes (set/2015 e jan/2016), para quem recebe o piso e R$ 280,00, também em duas vezes, para quem recebe acima do piso.

A proposta dos trabalhadores é de 13% para quem recebe o piso e 11% para quem recebe acima do piso.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (SindMetal/PE) tem uma reunião agendada com o Ministério Publico (MP) na segunda semana de outubro para solicitar que o órgão faça a mediação da Campanha Salarial deste ano, já que não houve acordo entre as partes, mesmo após sete rodadas de negociação.

Até que sejam realizados novos diálogos com os patrões, o SindMetal promete realizar diversas mobilizações nas portas das fábricas, com o objetivo de orientar os trabalhadores sobre os seus direitos e também de preparar a categoria para uma possível greve, já aprovada durante a Assembleia, caso não ocorram avanços, mesmo com a intervenção do MP. “Não podemos tolerar que os patrões utilizem como argumento a atual conjuntura do país para negar ao trabalhador um reajuste digno.

Sabemos que o Brasil vivencia desafios econômicos e políticos, mas as fábricas continuam produzindo e vendendo.

Não vamos desistir.

Se for preciso, vamos parar as máquinas e fechar rodovias para mostrar aos empresários e à sociedade que merecemos respeito”, afirma o presidente do SindMetal, Henrique Gomes.

O ramo metalúrgico envolve a indústria automotiva/autopeças, siderúrgica, eletroeletrônica e de bens de capital.

No país, há cerca de 2,4 milhões de trabalhadores na área, que representam 5,1% de todos os empregados no mercado de trabalho formal.

De cada quatro trabalhadores na indústria em geral, um é da indústria metalúrgica, de acordo com a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais/ 2011) do Ministério do Trabalho.

Só em Pernambuco, são cerca de 40 mil profissionais.

Hoje, o salário base da categoria é de R$ 844,03, para empresas com até 70 empregados; e R$ 878,22, para as que têm mais do que 70.