A deputada estadual Priscila Krause (DEM) apresentou ao secretário estadual da Fazenda, Márcio Stefanni, durante reunião da Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa, agora há pouco, lista de despesas do governo de Pernambuco que, apesar da conjuntura econômica, tiveram incremento nos últimos meses e, portanto, contrariam o alcance efetivo do Plano de Contingenciamento do Estado.

Entre as despesas, aparecem mais gastos com publicidade e com gratificações para cargos comissionados.

Ela também cobrou a oficialização dos novos cortes de R$ 600 milhões anunciados em agosto.

De acordo com Priscila, o governo de Pernambuco ainda não fez o dever de casa na efetivação dos cortes. “Alguns cortes foram iniciados, mas outros existem nas palavras, mas não na prática.

O governo quer aumentar impostos para manter o tamanho da máquina, que está cada vez mais pesada, mas essa ideia vai de encontro às necessidades dos cofres públicos. É preciso cortar na carne”, registrou.

Além de apresentar dados que contradizem o discurso de economia com o primeiro Plano de Contingenciamento, anunciado em fevereiro, Priscila afirmou que o segundo corte, de R$ 600 milhões, não foi detalhado pelo governo. “O governador fez uma reunião, mas não oficializou os cortes, não publicou decreto.

Ficou de aguardar o posicionamento dos secretários, mas um governo austero precisa fazer mais.

O aumento de impostos veio antes da oficialização dos novos cortes”, acrescentou.

No quesito gratificações pagas a cargos comissionados, Priscila disse que é possível fazer cortes em várias unidades orçamentárias, que tiveram aumento desse tipo de despesa em comparação com o ano passado.

Destacam-se aumento de 106% nos gastos na Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (despesa extra de R$ 1,36 milhões), 70% na Secretaria de Transportes (mais 172 mil) e 100% no Departamento de Estradas e Rodagem, o DER (mais 440 mil).

Os dados, fornecidos pela Controladoria Geral do Estado (CGE), contabilizam os gastos de janeiro a maio.

Sobre a publicidade, além dos R$ 32,01 milhões de serviços realizados até hoje, a Secretaria da Casa Civil – responsável pelos contratos de propaganda – programou novos gastos de R$ 22,6 milhões para o último trimestre deste ano.