O julgamento do mito Por Michel Zaidan, em artigo enviado ao Blog de Jamildo Paulo Câmara abre processo contra Michel Zaidan Nos idos dos anos 90 do século passado, quando ainda era coordenador da Pós-graduação de Ciência Política, o hoje vereador André Regis (PSDB) foi nosso aluno de Mestrado.

Depois, tive o prazer de participar da banca examinadora de seu doutorado em Direito, na Universidade Federal de Pernambuco.

Voltei a encontrá-lo quando de seu retorno dos EE.UUs., nas andanças de entrevistas e debates políticos nas emissoras de TV aqui em Pernambuco.

Nessa época, Régis era muito próximo ao deputado (menudo) Bruno Araujo (PSDB), que às vezes convidava para os nossos debates na Universidade Federal.

Já era uma pessoa de centro-direita, sempre crítico da política e do pensamento de esquerda.

Mas sempre me teve muita consideração.

Foi exatamente durante este período, que ele escreveu o artigo, publicado no Jornal do Comércio, sobre a trajetória política de Miguel Arraes, vaticinando como seria conhecida pela posteridade a biografia do ex-governador.

Foi também a época do escandalo dos precatórios que arrastou não só o nome do velho chefe político, mas também o nome do neto, apontado como principal responsável pela operação intermediada pelo ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta.

Do que mais me lembro era a atitude acrimoniosa de André Regis em relação ao clâ da família Arraes, contraposta à política da frente por Pernambuco, liderada pelo ex-governador Jarbas Vasconcelos.

De um lado, o atraso.

Do outro, a modernidade.

De um lado, a oligarquia atrasada; do outro o perfil gerencial, competente para tirar o estado do isolamento e da decadencia economica.

Quando disse ao meu antigo aluno - retornado dos EE.UUs., que o seu candidato moderno (Jarbas) estava me processando por críticas à sua gestão, ele se horrorizou e disse: “isso não é possível”, é uma demonstração de autoritarismo insuportável.

Voltei a participar de outros debates com André Régis e ele sempre manifestou suas críticas ao grupo político de Arraes, pelo menos até a última eleição, quando o PSDB aliou-se ao PSB e foi comer na mão da oligarquia tão criticada.

Na época, me perguntava como iria se comportar o já vereador tucano, amigo do deputado Bruno Araujo, assim como Priscila Krause, Mendocinha e outros.

Qual não foi minha surpresa quando li no Blog de Jamildo que a proposta de moção de desagravo apresentada pela vereadora Marilia Arraes (PSB) tinha sido questionada por André Régis, em nome do “contraditório”, de “ouvir o outro lado”!

Pedido de desagravo a Zaidan gera polêmica na Câmara Municipal do Recife Ora se essa atitude não é uma mera atitude de proteger o senhor governador das críticas (que o vereador fazia antes ao grupo político de Arraes) é de uma incoerência moral e política a toda prova.

Quem precisa proteger a liberdade de expressão e de crítica aos políticos em Pernambuco, por não concordar com a sua calamitosa gestão, é a Justiça, os operadores do Direito, a imprensa (não calada), os partidos democráticos (que não comem na mão do governador) e os políticos que têm um pingo de vergonha, os que não vão mudar de opinião ou de princípios porque o seu partido se tornou aliado do Poder que tanto nos infelicita.

Lamento muito que o parlamentar, que tinha tudo para ser diferente dos políticos fisiológicos, clientelistas ou transformistas, como o senhor Raul Jungmman, tenha cedido à tentação de agradar, ajudar, contribuir para o silenciamento da crítica em nosso estado.

Quer ele saber os motivos da atitude autoritária e intolerante do senhor Paulo Saraiva Câmara, basta ler os artigos publicados nesse mesmo blog sobre os malfeitos, a situação falimentar da administração pública (no IML, nas escola públicas, nas UPAS, na segurança pública), as denúncias da Polícia Federal sobre a construção da malfada Arena Pernambuco.

Quem sabe, ele volta a ser o crítico dessa oligarquia política em nosso estado.