Aparentemente com receio de não contar com os 257 votos necessários para manter os vetos de Dilma sobre os projetos mais polêmicos apresentados pela Câmara dos Deputados, o vice-líder do governo, Sílvio Costa, do PSC, pediu a suspensão da sessão de deliberação do Congresso.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, sem entrar no mérito do pedido, abriu também a votação no Senado.
Na Câmara, mais de 430 deputados apareciam como presente na seção, mas cerca de 110 não estavam no Plenário, de modo a evitar o quórum mínimo para a votação.
Silvio Costa chegou a alegar que não haveria 41 senadores no Congresso.
Renan pediu que os outros parlamentares estivessem no Plenário, dando a entender que vai manter a votação.
Os deputados de oposïção e até o PSOL chamavam os governistas de covardes, por estarem nos gabinetes, sem ir ao plenário votar pela manutenção e enfrentando os servidores do Judiciário, nas galerias.
O deputado Caio Narcio (PSDB-MG) criticou a ausência de cerca de 100 deputados em Plenário.
Para ele, isso faz parte de uma manobra do governo para evitar o quórum mínimo de 257 deputados, necessário para a derrubada de vetos presidenciais. “Não se escondam em seus gabinetes a pedido de um governo covarde que não respeita a democracia”, disse Por volta de uma da manhã, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) cobrou do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, o início imediato da votação dos vetos presidenciais que foram objeto de destaques dos parlamentares.
Esses vetos (oito) serão analisados um a um, com votação pelo painel eletrônico.
Entre eles, vetos polêmicos como o que trata do reajuste dos servidores do judiciário. “Mais de 30 parlamentares já falaram até o momento e apenas um defendeu a manutenção dos vetos.
Na verdade, quanto mais se demora para começar a votação, mais o governo ganha, porque deputados e senadores estão deixando o plenário e quem quer derrubar os vetos precisa de 257 votos na Câmara e de 42 votos no Senado”, disse Caiado.