Concorde com suas posições ou não, o vice-líder do governo Dilma Silvio Costa, do PSC, é um sucesso, especialmente nas madrugadas de votação do Congresso.
Na noite desta terça e madrugada de quarta, não foi diferente.
Vaiado pelas galerias, lotadas de servidores do Judiciário, retrucava. “A vaia é o aplauso ao contrário”, alertava, seguindo o discurso em frente, defendendo a manutenção do veto de Dilma.
Os adversários gritavam a plenos pulmões que havia um acordão, baseado na oferta de ministérios.
Costa já havia surpreendido muitos colegas ao elogiar Eduardo Cunha, a quem vive criticando no dia a dia dos trabalhos.
Como orientou aliados a votar pela manutenção dos vetos de Dilma, Cunha foi elogiado pelo desafeto. “Ele ajudou o Brasil hoje”, afirmou.
Um dos momentos mais engraçados ocorreu quando Silvio Costa tentou manobrar a atuação do presidente do Senado, Renan Calheiros, exortado pela oposição a abrir a votação também no Senado.
Costa também reclamava que não havia 41 senadores em plenário, além de observar que, com a obstrução, pelas regras de Cunha, a sessão deveria ser mantida e os deputados em obstrução seriam obrigados a votar. “A obstrução tem que ser marcada no painel e os deputados não podem ir para casa”, esbravejava.
Com a maior calma do mundo, com alguns bolinhos para comer ao lado da mesa, Renan explicou que a regra só valia para averiguar a frequência e assegurar a remuneração dos deputados.
Não deu dez minutos, Costa não se dá por vencido. “Cunha vai cortar a remuneração de vocês”, voltava ao microfone, mais uma vez.
Tome vaia. “Cunha não vai gostar” ironizava, de volta.
Os colegas então ironizaram que Eduardo Cunha não iria gostar de ser “interpretado e defendido” por Costa. “É amor”, brincava o deputado federal tucano Daniel Coelho.