Foto: Gerlado Magela/Agência Senado O líder do PT no Senado, Humberto Costa, disse que recebeu o posicionamento final do Supremo Tribunal Federal (STF) de proibir a doação de empresas para campanhas eleitorais como uma “decisão histórica”.

O resultado final foi proclamado pelo pleno da Corte, nessa quinta-feira (17), quando 8 ministros contra 3 resolveram acolher a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) impetrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Gilmar Mendes diz que PT tinha ‘plano perfeito’ para se perpetuar no poder A Adin sustentava que o fato de empresas doarem dinheiro a candidatos e partidos políticos para financiar campanhas eleitorais não encontrava amparo na Constituição Federal. “O placar na Suprema Corte em concordância com a tese confirmou o entendimento da OAB, que também era uma bandeira antiga de luta do PT, de Humberto e de uma série de entidades da sociedade civil, como a CNBB e a UNE”, disse Humberto Costa. “No Senado, numa sessão memorável, nós pusemos fim a esse tipo de imoralidade na vida pública.

Mas a Câmara dos Deputados derrubou nossa decisão e devolveu essa possibilidade à lei”, comentou o líder do PT. “Felizmente, o Supremo solucionou a questão pondo um ponto final nessa distorção do sistema.” Nesta mesma sexta que Costa comemorava o resultado, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou que o PT, da presidente Dilma Rousseff, tinha um “plano perfeito” para se perpetuar no poder, mas foi atrapalhado pela Operação Lava Jato.

Gilmar disse que o dinheiro desviado da Petrobras tinha como destino campanhas eleitorais e, combinado com o final do financiamento privado de campanha -bandeira antiga do partido-, faria com que o PT fosse a sigla com mais recursos em caixa. “O plano era perfeito, mas faltou combinar com os russos”, afirmou. ” Eles têm dinheiro para disputar eleições até 2038.” “O partido consegue captar recursos na faixa dos bilhões de reais por contratos com a Petrobras e passa a ser o defensor do fim do financiamento privado de campanha.

Eu fico emocionado, me toca o coração”, ironizou, na ocasião, no STF.

Na avaliação do senador paulista, radicado em Pernambuco, a decisão do STF é mais importante desses últimos anos em termos de fortalecimento da democracia no Brasil e também de combate efetivo às origens da corrupção. “Vamos tirar o grande peso do impacto econômico sobre o processo político no Brasil, dando uma condição de maior igualdade entre os candidatos e garantindo campanhas bem mais baratas”, afirmou.

Atualmente, 40 países proíbem a doação de empresas em campanhas eleitorais, como Canadá, França e Portugal.

Os Estados Unidos, maior economia e democracia do mundo, não tem tal norma.

Ao contrário. “A maioria esmagadora dos escândalos que aconteceram no Brasil tiveram como sua raiz inicial a questão do financiamento das campanhas eleitorais.

Obviamente, nem todas as doações são por troca de interesse, mas, com essa medida, vamos reduzir a corrupção do país”, avaliou.

Costa não dá uma palavra sobre a Operação Lava Jato nem o Petrolão, em que o PT usou dinheiro de uma estatal para financiar campanhas do partido.

Como disse Gilmar Mendes. “O esquema revelado pela Lava Jato mostrou que a Petrobras seguia “um modelo de governança corrupta”, uma “cleptocracia”.

Mendes voltou a criticar a ação que definiu o final do financiamento privado, iniciada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

O processo, segundo o ministro, “não foi feliz do ponto de vista republicano”, porque servia a interesses diretos do PT.

Ele também voltou a criticar a OAB, que chamou de “órgão sindical de advogados”.

Na sua avaliação, a decisão do STF já alcança as eleições municipais de 2016. “Amparada por grandes movimentos sociais, a proibição de participação de empresas no processo eleitoral deve estimular a entrada de mais cidadãos na disputa por cargos eletivos.

Além do mais, a expectativa é de que o dinheiro investido em campanhas eleitorais por empresas - somente no ano passado, foram mais de R$ 5 bilhões - possam ser injetados na economia”.

Fala sério, Costa acredita mesmo nisto?.