Foto: Lula Marques/Agência PT A presidente Dilma aproveitou um discurso, durante cerimônia recondução do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, para destacar o combate à corrupção em seu governo.

Ela não deu uma palavra sobre a operação Lava Jato, mas separou o combate à corrupção antes de Lula (2003) e depois dele, em uma crítica velada aos tucanos.

Nesta quinta, Rodrigo Janot Monteiro de Barros tomou posse para seu segundo mandato como procurador-geral da República. “Recomendar sua recondução foi uma escolha orientada pela convicção que defendemos desde 2003, de que o Ministério Público livre de pressões do poder constituído é pressuposto básico da democracia e da preservação das instituições.

Esse é um comportamento cujas raízes lançamos.

Este é um legado para o fortalecimento da nossa democracia”, declarou.

Na festa, Dilma ainda desejou sucesso em suas tarefas ao doutor Janot.

Dilma só falou indiretamente da Lava Jato.

Na defesa do seu governo, Dilma também destacou que aprovou leis que criaram importantes instrumentos para aumentar a transparência, fortalecer a fiscalização dos gastos públicos e dar efetividade ao combate de todas as formas de improbidade. “O resultado desse esforço para aprimorar a legislação e assegurar, de fato, a plena liberdade de atuação funcional conferidas às instituições do Estado encarregadas de apurar e investigar, é inegável.

Nunca se combateu a corrupção tão severamente.

Assim tem sido e assim será.

Pois o compromisso do meu governo com o Brasil é não compactuar sobre qualquer circunstância com ilícitos e malfeitos”. “Poucos governos da nossa história se dedicaram de maneira tão enérgica e metódica à construção de um ambiente político, legal e institucional propício ao combate da corrupção.

Nunca utilizamos o poder governamental, direta ou indiretamente, para bloquear ou obstaculizar investigações que, nos termos da nossa legislação, devem ser realizadas com firmeza e todas as garantias pelas autoridades competentes”. “Apresentamos importantes medidas legislativas com claro objetivo de coibir e de atribuir sanções mais efetivas e severas aos que corrompem e aos que são corrompidos.

Este contexto de luta intransigente pela defesa do patrimônio público e da moralidade administrativa permitiu que passássemos a ter em nosso país a afirmação efetiva do princípio da impessoalidade como uma regra que jamais deve ser transposta nas investigações criminais.

Também, pela primeira vez, assistimos à recuperação pelo Estado de vultosos recursos desviados por agentes públicos ou privados, responsáveis por atos de corrupção”, disse, mais uma vez, sem citar a Lava Jato nem o juiz Sérgio Moro. “Todos nós podemos e devemos contribuir para que a civilidade prevaleça e para que a tolerância e o respeito à diversidade, que sempre caracterizaram a vida dos brasileiros, voltem a imperar”. “Trata-se de um momento de demonstração da importância e da força de nossas instituições e, sobretudo, um momento de reafirmação do meu respeito à autonomia do Ministério Público deste país.

Sempre deixei clara minha posição sobre o processo de nomeação do procurador-geral da República.

Nas três ocasiões em que exerci o dever constitucional de indicar o procurador-geral, acolhi a indicação da lista encaminhada pela Associação Nacional dos Procuradores da República.

Fazendo isso evitei partidarizar a escolha, respeitei a autonomia do Ministério Público.

Adotei este procedimento por entender que essa é a atitude correta a ser seguida pela presidente da República, porque é uma atitude impessoal, republicana e democrática.