Governador do RJ, Luiz Fernando Pezão, apoiou a CPMF na reunião.

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil Da Folhapress Em um encontro esvaziado, oito governadores do país acataram sugestão do governo federal e defenderam a aprovação pelo Congresso Nacional de uma alíquota de 0,38% do CPMF.

Os mandatários estaduais de partidos da base aliada, como PMDB e PT, pregaram que o tributo seja destinado, além para a área da seguridade social, também para a saúde.

Eles defenderam ainda que, do total do tributo, 0,20 ponto percentual seja destinado à União, e que o 0,18 ponto percentual restante seja dividido igualmente entre Estados e municípios.

Em jantar com a presidente Dilma Rousseff, na última segunda-feira (14), o Palácio do Planalto havia sugerido aos governadores aliados que defendessem junto a suas bancadas estaduais uma alíquota de 0,38%, superior à de 0,20% apresentada pelo governo federal. “A CPMF só caiu no passado porque não era compartilhada com Estados e municípios, mas nunca é tarde”, disse o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB). “Nós estamos unidos nessa luta, é um momento histórico e temos de conversar no Congresso Nacional com os deputados e senadores”, acrescentou.

O peemedebista reconheceu que a criação do tributo “não é fácil” e que a atual carga tributária é pesada, mas que o tributo é necessário no atual momento de crise política.

Segundo ele, os governadores terão encontros ainda nesta quarta-feira com os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), para a apresentar a proposta de 0,38%.

Cunha já se mostrou contra o tributo.

Renan Calheiros disse que ainda é cedo para sentir a “temperatura exata” sobre a proposta. » Leia também: Oposição lança movimento contra CPMF Paulo Câmara não vai à reunião da CPMF com governadores Ao todo, participaram do encontro os governadores da Bahia, Amapá, Rio de Janeiro, Ceará, Piauí, Alagoas, Sergipe e Tocantins.

Os mandatários de partidos de oposição, como PSDB, DEM e PSB, não compareceram.

A ideia inicial, combinada no jantar com a presidente, era a de que estivessem no encontro todos os governadores do país, mas nem mesmo alguns que estiveram na reunião com a petista participaram do anúncio feito na Câmara dos Deputados.

Mas cedo, os governadores de Pernambuco, Paulo Câmara, e do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, ambos dos PSB, divulgaram nota na qual afirmaram que, antes de qualquer decisão, irão discutir a iniciativa com as bancadas federais do partido. “A proposta precisa de um maior estudo, porque é uma medida extrema e sem ressonância popular que só deve ser apoiada por nós caso haja objetivamente ganhos na qualidade dos serviços públicos.

E não apenas ’tapar buraco’, porque o imposto proposto é de quatro anos”, afirmou Paulo Câmara à reportagem.

CONTRA Nesta quarta, os principais partidos de oposição e deputados dissidentes da base governista lançaram o movimento “Basta de Imposto.

Não à CPMF”.

O grupo é o mesmo que lançou, na semana passada, um movimento pelo impeachment de Dilma.

Além de DEM, PPS e SD, também havia deputados do PSDB.

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, afirmou nesta quarta (16) que a federação trabalhará junto ao Congresso para barrar uma eventual aprovação da criação de um novo imposto sobre movimentações financeiras, nos moldes da CPMF. “Estou aqui para fazer de tudo, e faremos de tudo ao longo desses próximos dias, para não permitir, em hipótese nenhuma, que seja aprovada a CPMF e que seja aprovado qualquer encargo, qualquer imposto, qualquer taxa em cima da sociedade brasileira que já paga muito e recebe pouca coisa em troca”, disse.