Foto: divulgação Por Augusto Coutinho, deputado federal e presidente estadual do Solidariedade O novo pacote de ajustes e aumento de impostos lançado pelo governo traz de volta o fantasma da CPMF.
O pensamento para relançar o famigerado imposto pode ser resumido em uma frase do ministro Joaquim Levy: “todo mundo está disposto a pagar um pouco mais de imposto”.
Ledo engano, ministro.
A verdade é que ninguém quer ou acha bom ou “entende” que devemos pagar mais impostos em um país já saturado por uma carga tributária descomunal.
Menos ainda quando a ideia é tirar dinheiro da população para fechar o rombo criado pelos governos do PT.
A velha máxima popular neste caso é válida: quem pariu Mateus, que o embale.
Se as contas do governo não fecham, não somos nós os culpados.
Por que devemos pagar a conta então?
O governo conhece o caminho para sanear o rombo sem criar impostos.
Só que não tem intenção alguma de percorrê-lo.
Isso porque ele passa por cortar na própria carne, ou, melhor, começar, por exemplo, cortando a companheirada que se agarra à máquina pública no maior caso de aparelhamento do Estado jamais visto na república.
Em números: o governo mantém hoje 113.869 cargos comissionados e 20.922 contratos temporários.
Isso dá um total de 134.791 cargos que o governo usa para remunerar um verdadeiro exército cuja principal função é apaziguar a sanha de partidos aliados e silenciar, através de cooptação abjeta, os movimentos sociais.
Além, claro, de presentear com sinecuras a pelegada do PT.
Os custos dessa brincadeira com o dinheiro público são altos.
Os 39 ministérios do petismo – que Dilma prometeu cortar, mas ainda não mostrou o tamanho da faca – consomem a bagatela anual de R$ 400 bilhões por ano.
Só em salários, são R$ 214 bilhões.
Ou seja, isso é mais de seis vezes o que o governo espera arrecadar recriando a CPMF.
Para mero efeito comparativo, o que o governo gasta com o Bolsa Família, R$ 27 bilhões, corresponde a apenas 12% do que gasta com servidores federais.
Dizer que não dá para tirar daí o dinheiro que precisa para fechar suas contas é ofender o bom senso.
O fato é que o petismo tem horror de mexer com sua turba, que, por sua vez, se afeiçoou a viver do dinheiro público.
O disparate de jogar para a população a conta da sua dívida, fingindo que todo brasileiro não vai dar a mínima e pagar o rombo petista com um sorriso nos lábios, é a prova de que o governo Dilma não tem mais a menor condição de liderar a saída da crise que ele mesmo criou.
A conta da crise é sua, presidente, e de Lula, então que seu governo pague.
Mecanismos há.
O que falta é vergonha na cara e vontade política.
Recriar a CPMF é jogar no bolso do povo o peso do desastre de sucessivos descalabros e desacertos que são a verdadeira marca dos governos petistas.