Por Socorro Macedo, especial para o Blog de Jamildo Assim define o diretor do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), Alex Pentland, em entrevista a uma revista de grande circulação nacional.
Ele ainda afirma que essa é uma revolução nas ciências sociais, já que nos últimos 300 anos quase nada mudou no estudo do comportamento dos indivíduos em sociedade.
De fato, essa é uma revolução que atinge, principalmente, empresas, mercados e organizações que precisam de profissionais capazes de “adaptar a chave mental” e incorporar o big data como ferramenta institucional, pois os dados disponíveis no ambiente online são matéria-prima dos negócios servindo como feedback do comportamento do mercado e como fonte de inovação e de novos serviços.
Para compreender o big data, precisamos primeiro pensar no nosso dia a dia.
Acessamos e-mails, comentamos posts no Facebook, publicamos no Instagram, reclamamos de uma empresa no Reclame Aqui, avaliamos um hotel no TripAdvisor, pesquisamos no Google.
Nossos rastros digitais são deixados por nós todos os dias, do que pensamos, do que queremos ou o estamos fazendo.
E cada vez que cresce a quantidade de usuários na internet, que cresce o seu tempo de uso, que cresce o uso de smarthphones e mobiles, que se desenvolve a internet das coisas, cresce o volume de dados que produzimos diariamente.
Esses dados estão desorganizados e desestruturados e podem gerar valor para os negócios a partir do momento que analisamos esses dados para entender comportamentos.
O big data é aplicar a matemática a essa enorme quantidade de dados a fim de prever probabilidades que podem ser utilizadas para entender a realidade e observar tendência de mercado, comportamentos dos clientes ou gerar novos produtos, por exemplo.
Apesar da necessidade de tecnologia para processar essa grande base de dados, a revolução não está nas máquinas, mas na maneira como organizamos e utilizamos esses dados para nossa tomada de decisões dentro da empresa.
No varejo, esses dados estão sendo processados para oferecer ofertas baseadas na geolocalização do cliente, otimizar preços, melhorar produtos, seja em design ou na qualidade, melhorar a distribuição, negociar com o fornecedor, saber o que o cliente compra, quando compra e prevê um padrão de comportamento.
Na área da saúde pública, o Google, por exemplo, conseguiu rastrear a trajetória do vírus H1N1, a partir de buscas realizadas sobre gripe e desenvolvendo modelo matemático que cruzava essas informações com as dos departamentos de saúde, ajudando o governo a combater a doença o quanto antes.
Os dados não se limitam aos registros de busca do Google, Facebook, Linkedin, Instagram, mas dados digitais que deixamos no nosso celular, nas compras de cartão de crédito, no aplicativo de corrida, no Waze, no Tinder, naquele programa de relacionamento com o cliente, no acesso ao site, entre outros.
O diretor do MIT relatou na entrevista que o trânsito caiu 10% com pequenas mudanças no sistema de transporte na Costa do Marfim depois de analisar dados de GPS de habitantes do local e saber a que horas eles vão e voltam do trabalho e que rota fazem.
Na área financeira, consultorias utilizam as informações das redes sociais como ferramenta na tentativa de prever o comportamento das ações na bolsa de valores a partir de dados dos consumidores e do mercado.
Na indústria, empresas estão mudando até sabores de produtos centenários a partir de análise de dados que mostraram que o paladar da clientela mudou.
No mesmo mercado, produtos estão de volta às prateleiras por um simples desejo coletivo observado pela empresa a partir das redes sociais, enquanto outros estão sendo criados ou adaptados tendo em vista o comportamento dos clientes.
São diferentes setores de aplicação, seja na relação entre cidadão e governos ou no mercado e nas organizações, mas todos serão impactados com isso.
Isso é apenas o começo. “O big data terá para o estudo do comportamento humano a importância do telescópio para os astrônomos.
O desconhecido deixará de ser a regra e passará a ser exceção”, diz Pentland.
As novas técnicas de coleta e de análise de grande quantidade de dados ajudarão na compreensão do mundo.
Precisamos deixar os dados falarem e se conscientizar dessa mudança enquanto estamos no começo dela.
As empresas não podem ficar de fora dessa revolução, pois quem conseguir saltar na frente e filtrar os dados que interferem em seu mercado, organizando as informações de interesse com metodologia eficaz e implantando essa nova cultura em seus profissionais, agregará grande vantagem competitiva e sairá na frente em seu mercado impulsionando os seus produtos e serviços.
Socorro Macedo é diretora executiva da Le Fil