O senador mineiro Aécio Neves, do PSDB, criticou nesta terça-feira, mais uma vez, as medidas do pacote anunciado pelo governo federal, especialmente a CPMF.
Em tom de ironia, o tucano reclamou que Dilma não teve coragem de dividir a arrecadação de uma eventual CPMF com os governadores. “No momento em que ela precisaria ter a humildade necessária para buscar apoios a estas medidas, ela não consegue controlar a sua base e ataca as oposições.
A presidente da República, na verdade, perdeu a meu ver, todas as condições de liderar um processo de retomada do crescimento econômico no país.
E quando se fala de aumento de impostos, a covardia do governo fica explicitada de forma ainda mais escancarada porque a presidente sequer tem a coragem de apresentar ao Congresso uma alíquota que eventualmente pudesse ser compartilhada pelos governadores.
Faz o inverso: apresenta uma proposta de aumento de CPMF de 0,2% e diz aos governadores, vamos lá no Congresso Nacional para que o Congresso dobre esta alíquota”, afirmou.
Aécio Neves foi perguntado se era possível o apoio dos governadores e prefeitos para criação da CPMF? “Somos contra a criação de novos impostos.
Mas a forma, a meu ver, pouco corajosa e clara com que o governo defende a própria CPMF, me refiro especificamente à questão da alíquota, é uma demonstração de que estão temerosos de terem apoio sequer da sua base no Congresso Nacional.
Os governadores do PSDB já vêm se manifestando contrariamente ao aumento de tributos.
E acho que em relação ao governo federal, a desconfiança da sociedade se estende aos governadores.
Não há confiança hoje de que a presidente possa aprovar essas medidas e, mais do que isso, recolocar o Brasil na rota do crescimento”.
De acordo com o tucano, o PSDB está avaliando as medidas anunciadas pelo governo e, obviamente, aquilo que for importante para o Brasil, que vier na direção da recuperação da economia e dos empregos, o PSDB se colocará a favor. “Lamentavelmente, o que assistimos, mais uma vez, é o governo incapaz de controlar a sua própria base.
A presidente da República, no momento em que deveria estar demonstrando humildade e pedindo apoio ao país e até mesmo ao conjunto das oposições, para minimizarmos os danos do seu desastroso governo, ela, ao mesmo tempo em que não consegue convencer a sua própria base - as lideranças do PT hoje já se manifestam contrariamente a esses cortes - ela ataca as oposições.
Nos chama de pessimistas de plantão.
Me lembro da última vez em que a presidente me acusou de pessimista, foi quando eu dizia que se não houvesse ajustes rápidos na economia, íamos crescer negativamente este ano.
O resultado está aí.
Um outro momento em que a presidente nos chamou de pessimista foi quando eu denunciava a corrupção institucionalizada dentro da Petrobras”, pontuou.
Aécio Neves disse que o governo Dilma perdeu a capacidade de governar e demonstra muita pouca coragem para superar as dificuldades que o Brasil vive hoje. “É importante que o partido da presidente da República se manifeste favoravelmente a esses cortes.
E, obviamente, em relação a novos impostos ou aumento de alíquotas seremos taxativamente contrários, até porque no nosso entendimento isso aumenta a recessão e pune aqueles que não têm responsabilidade com o pagamento desta conta.
A presidente da República deveria, antes do anúncio midiático dessas medidas, conversar com a sua base e apresentar ao Congresso uma proposta que seja do conjunto daqueles que lhe apoiam.
O que estamos assistindo aqui é um conjunto de ideias montada de forma absolutamente açodada. “Realmente, é uma presidente que não está qualificada para conduzir o Brasil a um novo ciclo, agora virtuoso, de crescimento, de postura ética e moral.
Lamentavelmente esse conjunto anunciado nessas últimas horas não permitirá ao Brasil superar essa crise.
Porque falta ao governo o que é essencial para isso, confiança e credibilidade”.