Aécio Neves, presidente do partido, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, avaliam que o PSDB não deve indicar quadros.

Foto: Orlando Brito/PSDB O agravamento da crise no governo Dilma Rousseff intensificou o contato de membros do PMDB aliados ao vice-presidente, Michel Temer, com integrantes da oposição e levou o PSDB a discutir, internamente, que papel a sigla deve exercer caso a petista deixe a Presidência e o peemedebista assuma. É o que informa nesta segunda-feira (14) o jornal Folha de São Paulo.

Nesse cenário, é consenso entre os tucanos que o partido será obrigado a participar de um “acordo para dar sustentação política” à nova gestão no Congresso.

Em contrapartida, há uma expectativa de que Temer se comprometa a não disputar a reeleição.

Há divergências, no entanto, se devem integrar ministérios num eventual mandato de Temer.

Segundo a Folha apurou, dois dos principais nomes da sigla, o senador Aécio Neves (MG), presidente do partido, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, avaliam que o PSDB não deve indicar quadros.

Em reuniões com aliados ao longo da última semana, Aécio deixou claro que, ainda que seja inevitável a sigla pactuar um acordo em torno de um programa de governo de Temer no Congresso, não quer que o partido endosse indicações na Esplanada.

Alckmin também defendeu a auxiliares que o PSDB não participe de uma eventual gestão Temer.

Publicamente, o governador deu pistas de sua posição sobre o assunto.

No último dia 7, questionado se o vice teria condições de ‘‘reagrupar’’ as forças políticas, elogiou Temer.

Mas ressaltou que a crise que dragou Dilma Rousseff é ‘‘governista’’, estendendo-a aos demais integrantes da gestão.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participa dessas discussões.

Ele esteve com Temer recentemente, num encontro privado.

Em artigo publicado no último dia 6, avaliou que a queda de Dilma por si só não cessaria a instabilidade no país e defendeu a formação de ‘‘um novo bloco de poder’’.