Na Folha de São Paulo A Receita Federal registrou uma queda na arrecadação de tributos em agosto de quase 10% em termos reais (considerando a correção da inflação), em comparação com igual mês do ano passado, segundo a Folha apurou.

O cálculo final só deve ser concluído e anunciado na terceira semana deste mês.

Contudo, segundo auditores encarregados de tabular os números, faltam poucas informações a serem processadas pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e não haverá alteração significativa no resultado.

A arrecadação de tributos de responsabilidade da Receita Federal ficou cerca de R$ 4 bilhões abaixo dos R$ 96 bilhões esperados pelos auditores para agosto.

Com isso, a receita do mês deve ficar 9,02% abaixo do que foi arrecadado no mesmo mês de 2014 (R$ 92,321 bilhões, que, corrigidos pelo IPCA, equivalem hoje a R$ 101,12 bilhões).

Em parte, o efeito se explica pela arrecadação extraordinária de R$ 7,1 bilhões em agosto do ano passado, com receitas do Refis (parcelamento de dívidas tributárias).

Expurgando esse valor, a queda queda real é de 1,45%, mas o número ainda é considerado frustrante pelos auditores.

TEMOR DE DEFICIT Já no caso dos tributos arrecadados por outros órgãos federais, o tombo foi de mais de 20% já com a correção da inflação.

Na soma total dos tributos federais (administrados pelo fisco e por outros órgãos), a queda corrigida pela inflação é de 9,38% em agosto.

No acumulado de janeiro a agosto, é de 3,7%.

Em julho, a arrecadação já recuara 3,13% sobre o mesmo mês de 2014, no pior desempenho para o mês desde 2010.

Segundo a Folha apurou, especialistas da Receita em arrecadação temem que o governo tenha novo deficit primário neste ano –o que ocorre quando as despesas superam as receitas, antes do pagamento de juros da dívida.

Dessa forma, o governo teria que emitir títulos do Tesouro para cobrir o rombo, aumentando ainda mais o endividamento público.