O atraso nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no estado foi o tema de uma audiência pública realizada nesta quinta-feira (10/9) no auditório da Assembleia Legislativa de Pernambuco.

A reunião da situação, dos deputados aliados de Paulo Câmara, foi convocada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico da Alepe.

O desemprego gerado pelas paralisações de grandes obras do Governo Federal foi o principal mote.

A Comissão convidou sindicatos de trabalhadores e empresas fornecedoras de obras como a Refinaria Abreu e Lima, Transposição do Rio São Francisco e Ferrovia Transnordestina para discutir as demissões decorrentes das paralisações das obras.

Para dar o troco aos governistas, a oposição fez um evento com os terceirizados do Estado, na porta da assembleia Legislativa.

O líder da Oposição, Sílvio Costa Filho (PTB), chamou a atenção, em discurso nesta quinta (10), para as demissões e atrasos nos salários dos funcionários terceirizados do Governo do Estado.

A situação, segundo ele, é gerada pela falta de repasse de verbas para as empresas contratadas.

Também durante a Reunião Plenária, a deputada Teresa Leitão (PT) cobrou uma solução para a suspensão de projeto estadual de Educação no Campo por falta de pagamento aos motoristas que fazem o transporte escolar.

No final da tarde, o governo anunciou que iria mandar pagar uma fatura de R$ 17 milhões em atrasados.

Um dos pontos mais discutidos durante a reunião foi a situação do complexo portuário, que demitiu de janeiro até hoje quase 30 mil pessoas. “Nossa intenção é escutar a população que sofre com os atrasos das obras, assim como abrirmos um debate para que os problemas possam ser sanados”, afirma o vice-líder do Governo.

O deputado Lucas Ramos (PSB) participou da audiência convocada pelo seu colega de partido Aluísio Lessa e destacou que obras importantes para o crescimento do estado encontram-se paradas ou em ritmo lento, como a transposição do Rio São Francisco e o ramal do Agreste. “Estas obras hídricas são fundamentais para levar água para consumo humano e higiene pessoal de pernambucanos de duas regiões”, afirmou.

O parlamentar também reforçou a necessidade de retomada das obras do Arco Metropolitano e da Ferrovia Transnordestina, que se estivessem funcionando possibilitariam o escoamento da produção agrícola e industrial pelo Porto de Suape.

Para José Cavalcanti, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e Mobiliário – Bate-Estaca PE, a crise econômica atravessada pelo Brasil contribui para a paralisação nos canteiros. “Estamos no pior momento sindical, com muitas retiradas dos direitos do trabalhador e empresas reduzindo quadros. É importante debatermos esse assunto e ampliarmos a discussão”, acrescentou o sindicalista.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral (Sintepav-PE), Aldo Amaral, falou sobre o impacto da desmobilização na Refinaria Abreu e Lima, em Suape. “A Refinaria chegou a ter cerca de 70 mil trabalhadores.

Hoje só tem 1.500 trabalhadores”, relatou.

Representantes de outros sindicatos e confederações sindicais também estiveram presentes, como a Central dos Trabalhadores Brasileiros (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Força Sindical. “Nós estamos diante de um Governo que gera desemprego e tira direitos dos trabalhadores.

Os sindicatos deveriam parar esse País”, falou José Cavalcanti, representante dos trabalhadores da Construção Civil de Jaboatão dos Guararapes, Zona da Mata e Litoral Sul .

O deputado Aluísio Lessa (PSB), que presidiu a reunião, solicitou aos sindicatos que enviassem para a Comissão o número de demissões homologadas, para que se chegue ao número real de desligamentos ligados às obras do PAC no Estado. “Os números do Governo Federal não batem.

Consideramos que os números dos sindicatos são os mais confiáveis” avaliou.