O dito ficou pelo não dito, mas pode não ser bem assim.

Nem todo mundo é idiota e desinformado.

A imprensa nacional noticiou que o Ministério da Defesa vai editar uma portaria para subdelegar aos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica a competência da edição de atos relativos a pessoal militar.

A função já era dos comandantes, mas foi passada ao ministro da Defesa por decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff na última quinta-feira (3).

O decreto foi publicado sexta-feira (4) no Diário Oficial da União, às vésperas do feriado de Sete de Setembro, causou polêmica entre os militares e repercussão negativa no governo, que tenta minimizar o desgaste com o setor militar.

O decreto estava parado Casa Civil havia três anos e causou surpresa ter sido assinado por Dilma sem aviso prévio.

Nem o ministro da Defesa, Jaques Wagner, nem oficiais das Forças Armadas pareciam estar informados da decisão da presidente.

Depois da polêmica, a Casa Civil informou que quem solicitou o envio do decreto à presidente foi a Secretaria-Geral do Ministério da Defesa, Eva Maria Chiavon (PT).

O nome completo dela é Eva Maria Cella Dal Chiavon.

No começo do ano, era braço-direito de Miriam Belchior, mas sua proximidade de Wagner é antiga.

Foi chefe da Casa Civil da Bahia, no primeiro governo Wagner, e sua chefe de gabinete na Câmara dos Deputados.

O que ninguém informou é que a funcionária do ministério é casada com uma liderança nacional do MST.

Antes, já havia tentado mudar o currículo das escolas militares, causando forte reação.

Isto é gratuito?

Não é!

Chama-se provocação barata.

Caso os militares reagissem daria causa ao discurso de que há golpismo em curso no Brasil.

São pessoas que se nutrem deste passado sombrio e não conseguem viver sem os fantasmas do passado.

Na segunda, dia do feriado, uma agências de fotos alinhada ao governismo não publicou uma única foto dos protestos em Brasília, mas passou o dia mostrando cartazes em que pessoas, mesmo de forma isolada, defendiam intervenção militar, nos desfiles pelo Brasil.

Entre as atribuições que eram dos comandantes e passaram por ora para as mãos do ministro da Defesa estão a transferência para a reserva remunerada de oficiais superiores, intermediários e subalternos, reforma de oficiais da ativa e da reserva, demissões a pedido, promoção aos postos oficiais superiores, designação e dispensa de militares para missão de caráter eventual ou transitória no exterior, entre outras.

A Marinha e a Aeronáutica disseram, por meio da assessoria, que não irão se pronunciar sobre o assunto.

O Exército também não respondeu aos questionamentos.