Ricardo Pessoa, delator na operação Lava Jato.
Foto: Reprodução Folhapress - A CPI da Petrobras marcou para esta quarta-feira (9) o depoimento do dono da UTC, Ricardo Pessoa, delator da Operação Lava Jato que relatou ter repassado recursos ilícitos para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014.
A área técnica da CPI, porém, ainda não conseguiu obter da Justiça autorização para trazer o empreiteiro para prestar depoimento.
Por isso, até o momento não está confirmada a sua presença.
Como Pessoa prestou depoimento à Justiça Federal na semana passada, a CPI avaliou que ele também já poderia falar aos deputados, mesmo com sua delação premiada ainda sendo sigilosa, por isso marcou o depoimento. À Justiça Federal, porém, o empreiteiro não falou sobre nenhum político com foro privilegiado.
Por isso, é possível que também não fale sobre isso no depoimento aos deputados.
Eles vêm tentando ouvir Pessoa desde que sua delação premiada foi homologada, mas foram avisados de que o empreiteiro não poderia falar porque o conteúdo é sigiloso.
No último fim de semana, veio a público que o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki abriu inquéritos contra o ex-tesoureiro da campanha de Dilma no ano passado, Edinho Silva, atual ministro de Comunicação Social, contra o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e contra o senador tucano Aloysio Nunes (SP) com base na delação do dono da UTC.
Todos negam irregularidades no recebimento de recursos.
A CPI vive um momento de baixa produtividade, depois de ter passado três dias em Curitiba para tomar depoimentos nos quais a maioria das pessoas ouvidas ficou calada.
Caso não ocorra o depoimento de Pessoa, essa situação vai se agravar.
Na semana passada, a deputada Eliziane Gama (PPS-MA), integrante da CPI, divulgou uma carta com críticas à condução dos trabalhos, dizendo que estão sendo usados para “intimidação” e acusando blindagem de políticos. “A convocação de advogados em pleno exercício profissional, a aprovação de requerimentos com claro intuito de intimidação, a não convocação de figuras políticas importantes para os trabalhos da CPI, entre outros recursos, têm contribuído para as justas críticas ao colegiado.
Falta foco no trabalho desta comissão”, disse ela, na carta.