O ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil.

Folhapress - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está preocupado com a possibilidade de que agências internacionais de risco rebaixem a nota do Brasil para a categoria de “especulativa”.

Após um dia de reuniões durante o encontro de ministros das Finanças do G-20 em Ancara, capital da Turquia, Levy repetiu que o Brasil deve tomar todas as medidas possíveis para evitar o chamado downgrade, incluindo cortes de despesas e aumento de receita.

Segundo Levy, a equipe econômica está escutando os diversos setores da sociedade antes de o Executivo enviar propostas para o Congresso.“É importante que todos saibam aonde a gente tem que chegar e por que temos que chegar.

A gente tem que chegar (a um equilíbrio nas contas) porque é uma maneira de evitar o downgrade.

Se você não tiver isso, aumenta muito o risco do rebaixamento, que vai destruir o emprego.

E não vai destruir o emprego agora, vai destruir o emprego por muitos anos.

Então a gente não pode ter downgrade”, disse o ministro.

Levy não quis discutir os rumores de que estaria prestes a renunciar ao cargo por causa de sua insistência num ajuste fiscal mais rigoroso, o que o estaria isolando em Brasília. “Não vou dizer nada, o importante é a meta, é o que o Brasil vai fazer.

Isso é que é relevante.

O resto é folhetim.

Não vou entrar em folhetins.

Estou discutindo políticas”.

Na quinta-feira (3), ele chegou a cancelar sua participação no encontro do G-20 em Ancara para comparecer a uma reunião de emergência no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

A decisão criou nervosismo no mercado, levando a um aumento no ritmo da desvalorização do real em relação ao dólar.

Na sexta-feira (4), no entanto, ele voltou atrás da decisão e viajou para a Turquia.

Levy não quis discutir o que foi conversado na reunião. “Se eu conversei com a presidente não tenho que dizer o que eu conversei com a presidente.

A temática foi fiscal econômica.

Ponto.”