Em meio ao discurso em que fez ao encaminhar um Projeto de Lei à Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe) que assegura benefícios fiscais para o setor de usinas, nesta sexta-feira, o governador Paulo Câmara voltou a criticar o desemprego sob o governo Dilma, de forma direta, no Palácio do Campos das Princesas.
Nesta tarde, em outra agenda positiva relacionada ao emprego, o governador apareceu na inauguração da ampliação da fábrica da Ambev, em Itapissuma.
Diante de representantes ligados ao setor de cana, o chefe do Executivo pernambucano destacou a importância da iniciativa para geração de emprego e renda. “O Brasil, nos primeiros sete meses desse ano, perdeu 500 mil empregos formais.
Desses 500 mil empregos, 200 mil são da região Nordeste, a mais pobre.
E desses 200 mil da região Nordeste, 70 mil vêm de Pernambuco, porque tivemos e estamos tendo dificuldade com empreendimentos do Governo Federal; principalmente a Refinaria, que já era para estar pronta, parou no meio, demitiu gente demais, e, agora, em 2015, talvez retorne a funcionar", argumentou Paulo Câmara.
Ao destacar ainda o período de recessão vivenciado no País, Paulo Câmara deu sua receita. “O cenário precisa ser enfrentado com trabalho e capacidade de sentar à mesa para buscar soluções junto aos atores da cadeia produtiva do nosso Estado".
Soluções que possam apontar um futuro diferente, um planejamento de questões objetivas.
Não apenas ficar na teoria de que as coisas podem dar certo e vão melhorar.
Não vão melhorar se não sentarmos à mesa e ouvirmos", defendeu.
O projeto que beneficia as usinas foi assinado, nesta sexta-feira (4), pelo governador Paulo Câmara, em solenidade no Palácio do Campo das Princesas.
A medida em favor do setor de cana teria o objetivo de garantir as condições para a reabertura de usinas, impulsionando a geração de emprego e renda em 20 municípios produtores das zonas da Mata Sul e Norte.
Segundo o Estado, com a provação do PL, a expectativa é que 10 mil novos postos de trabalho diretos e 20 mil indiretos sejam criados.
Na prática, o PL assinado pelo governador propõe a redução em 50% na carga tributária das operações com Álcool Etílico Hidratado Combustível (AEHC) para as usinas que estejam em recuperação judicial, desativadas há mais de um ano, e arrendadas a cooperativas de produtores de cana-de-açúcar.
Com a medida, pelo menos duas usinas serão imediatamente beneficiadas: a Pumaty, localizada no município de Joaquim Nabuco, e a Cruagi, situada em Timbaúba, que voltam “a moer” este mês.
A usina Pedrosa, em Cortês, também está em negociação para voltar às atividades.