Mais uma vez, como tem ocorrido às sextas-feiras, pelo Nordeste, a presidente Dilma aproveitou uma cerimônia de entrega do Minha Casa, Minha Vida, em Campina Grande, para mandar recados aos adversários e defender o seu governo, na região onde os índices de popularidade também vem caindo.
No evento, a presidente também agradeceu a solidariedade do governador Ricardo Coutinho, do PSB, mas que pediu votos por sua eleição, no pleito passado. “Eu queria destinar uma palavra de agradecimento ao governador Ricardo Coutinho.
O Brasil é feito de homens com estatura.
O Brasil é feito de lideranças políticas que têm estatura.
E essas lideranças políticas que têm estatura, ela também têm coragem.
E quando você tem coragem, não há nada que possa impedir que você enfrente um problema”.
Em seu discurso, na mesma semana que a posição ameaçou começar uma campanha por impeachment, a presidente Dilma pediu que as pessoas tivesse fé nesse país e olhassem primeiro o bem do Brasil. “Olhando para o dia Sete de Setembro: nós temos que, primeiro: ter fé nesse país, ter fé na nossa própria força.
Ninguém, não sai de ninguém, não sai de uma força externa, não sai de outro país, a força para superar as dificuldades; sai, primeiro, de uma atitude, a gente tem que reconhecer que tem dificuldade. É que nem a dona de casa, ela vai lá olha e fala: “Ó, tem dificuldade”.
Depois, qual é o segundo movimento? É todo mundo, independente do interesse partidário, do interesse e da convicção de cada um de nós, nós temos de primeiro olhar o bem do Brasil; é a primeira coisa que se olha, o bem desse país. É como na sua casa, na casa de cada um de vocês: diante da dificuldade, se todo mundo ficar junto, supera mais rápido”, sugeriu. “Nós não podemos voltar atrás; nós não podemos perder aquilo que já conquistamos.
O Minha Casa Minha Vida, nós não podemos perder; nós não podemos perder o Fies.
Essa parte é compromisso do governo.
O governo tem que zelar para que isso não ocorra.
Daí porque vocês podem ter certeza que o país vai ficar muito melhor; o país vai sair dessa muito mais rápido porque nós nos unimos, e nós, juntos, somos capazes de superar esse momento”. “Nesse dia Sete de Setembro, nós temos que olhar para cada um de nós; nós temos que olhar para nós mesmos e sabermos que juntos, unidos, nós somos imbatíveis.
Juntos, unidos, nós somos imbatíveis porque eu tenho certeza que cada brasileiro, cada brasileira tem a força de superação”, afirmou, em outro trecho.
Vai e volta, Dilma ensaia usar o discurso do nós contra eles que Lula tanto lançava mão.
Nesta sexta-feira, não foi diferente. “É um momento especial porque nós estamos ao lado daqueles que mais precisam no Brasil.
E nós fizemos o quê?
Nós usamos uma parte dos impostos que nós arrecadamos para garantir que as pessoas tenham acesso a uma casa com dignidade.
O governo federal, então, ao escolher onde gastar, escolheu gastar no Minha Casa Minha Vida.
Podem ter certeza que, com imensa dificuldade, nós vamos fazer todo o nosso esforço para contratar mais moradias para que a população desse país tenha aquilo que se chama “proteção e segurança”, afirmou. “Um governo faz escolhas; um governo escolhe: “eu vou gastar nisso ou vou gastar naquilo?” Nós escolhemos gastar com a casa própria das pessoas que mais precisavam, das famílias que mais precisavam.
E essa é uma escolha que ilumina o meu governo.
O meu governo tem um compromisso com aqueles que são os mais pobres.
Além disso, nós temos um compromisso, também, com o desenvolvimento do Nordeste, com o desenvolvimento da Paraíba, com o desenvolvimento da região.
Campina Grande é, hoje, uma cidade respeitada no país, é respeitada porque é um polo universitário, é um polo tecnológico, é um polo industrial muito importante para o país”.
Como não poderia deixar de ser, Dilma também falou em transposição, uma das fixações dos paraibanos, em função da falta de recursos hídricos. “Eu quero dizer que eu tenho um compromisso com a Paraíba e com o Nordeste na questão da água.
Hoje, até eu respondi em um programa de rádio aqui da região, e lá de João Pessoa, eu respondi sobre a interligação do São Francisco.
Quero dizer que a interligação do São Francisco, ela vai chegar à Paraíba por dois lados: lá por Monteiro, e depois, se eu não me engano, lá por cima no Eixo Norte, pelo rio Piranhas, lá em cima.
Essas duas chegadas vão resolver o problema de forma estrutural.
Estrutural significa o quê?
Durante um tempo nós teremos, aqui, um tempo longo, nós teremos aqui acesso à água e vamos, através de adutoras, levar para todo o estado.
E completar algumas outras obras.
Ela é estruturante porque ela não é uma emergência, ela vai ficar para sempre”. “Ao mesmo tempo, nós vamos ter que fazer obras emergenciais aqui.
Eu sei, por exemplo, que aqui, em Campina Grande vocês estão tendo um problema seriíssimo com água.
Eu pedi ao ministro das Minas e Energia, o ministro Eduardo Braga, para vir aqui e dar uma dedicação especial para ver se nós temos condições, em furando poços ultraprofundos, - porque eu sei que aqui é uma região de cristalino -, a gente ter acesso, emergencialmente, a uma fonte de água.
Nós, eu quero dizer, olharemos todas as hipóteses que estiverem na mesa para que a gente possa enfrentar esses quatro anos de seca que já ocorreram e a possibilidade disso continuar, porque só Deus sabe se continua ou não.
As perspectivas parecem que a seca dura mais tempo ainda”.