CBN: O senhor recentemente anunciou, na semana passada ainda, no Estado de Pernambuco, um corte de mais de R$ 600 milhões dos gastos do Estado, dos gastos da máquina pública.

Agora, quem tem olhado as contas do Estado tem percebido que a arrecadação tem caído muito fortemente e o senhor inclusive já disse isso, e as despesas com pessoal seguem crescendo, será um segundo semestre difícil.

Algum risco de se repetir em Pernambuco o que acontece no Rio Grande do Sul, que não tem dinheiro nem para pagar o salário dos servidores?

PAULO CÂMARA - Bom, Milton, se você pegar qualquer previsão que ocorreu no final de 2014 para 2015, nem os mais pessimistas colocavam a situação que nós estamos vivendo hoje.

No caso de Pernambuco, especificamente, nós, por toda a série histórica, desde a estabilidade econômica, a partir de 95, nós nunca tivemos um ano no qual o crescimento da receita não tenha coberto o aumento da inflação.

E hoje, nós estamos tendo um crescimento de receita da ordem de 4,5%.

Ou seja, não cobre nem a inflação que está em torno de 8%.

Então, isso nos fez fazer ajustes, ajustes muito duros.

Ajustes que ensejam cortes em todas as áreas do Governo.

Estou indo agora para o segundo momento do nosso ajuste, que é, justamente, analisar os serviços que estão em funcionamento.

Vamos ter que adequar eles à situação financeira para garantir o pagamento dos salários.

Não há risco de Pernambuco atrasar salários, mas nós já estamos com alguma dificuldade com alguns fornecedores, até pelo fluxo de caixa.

Os meses de julho, agosto e setembro são meses ruins de receita.

Nós só vamos regularizar o pagamento dos fornecedores a partir do mês de outubro.

Vamos fechar 2015 equilibrado, mas muito preocupado com 2016.

Porque se 2016 repetir esse mesmo cenário econômico de 2015, nós vamos ter um ano, realmente, onde pode acontecer muita coisa que nós não queremos.

Muitos ajustes, muito mais duros, e, aí, sim, pode afetar a qualidade dos serviços oferecidos à população.

Isso é uma discussão que eu espero que não precisemos fazer em 2016.

Que em 2016 haja realmente condições de melhoria no cenário econômico, no cenário fiscal.

Todos os ajustes necessários nós estamos fazendo.

Nós, infelizmente, não pudemos dar aumento salarial esse ano para o nosso funcionalismo.

Estamos traçando uma estratégia de equilíbrio, porque nós não vamos superar as dificuldades do ano de 2015 e as previsões de 2016 se nós não tivermos o equilíbrio.

O equilíbrio é o número 1 de todo o nosso trabalho. “Eu acredito que um país como o Brasil, que tem o desafio de entrar no novo ciclo de crescimento, ele precisa -, esse país que é o nosso país, nosso querido país -, ele precisa muito de educação.

Ele precisa de educação, da creche ao pós-graduação.

Mas ele precisa, sobretudo, de educação técnica, tanto de nível médio, quanto de educação profissionalizante.

E, por isso, eu fico muito feliz de estar aqui hoje.

Porque essa é a coroação de um trabalho, um trabalho que eu vi o esforço sendo feito.

No dia 3 de setembro do ano passado, de 2014, eu me encontrei com vocês em Belo Horizonte, durante a Olimpíada do Conhecimento. “Um país que precisa tanto da inovação, da tecnologia, e, sobretudo, que precisa tanto do ensino técnico para aumentar a sua produtividade, para cada vez mais ser capaz de competir.

Então, tenho certeza que esse primeiro lugar geral de 31 medalhistas e 27 medalhas, é algo que nós devemos comemorar.

Daí porque eu acredito que a nossa parceria no Pronatec com a CNI, com também os demais representantes das outras confederações: a Confederação Nacional da Agricultura, a do Transporte, a dos Serviços, a Confederação, também, da Agricultura, todas elas, elas permitiram que nós tivéssemos sido bem sucedidos na implantação de um processo que eu considero um dos melhores processos, programas do Brasil, que é o Pronatec”.