Diante da dificuldade dos Estados, a ideia de recriar a CPMF partilhada entre Estados, Municípios e União, ela é bem-vinda para o senhor, governador?

PAULO CÂMARA – Esse debate da CPMF, eu já tinha colocado desde quando foi apresentada a ideia pela primeira vez, que aumento de carga tributária é sempre complicado, porque a gente já tem uma carga tributária muito alta.

Ela precisaria vim com um ajuste no sistema como um todo.

Antes de criar algum tipo de contribuição, algum tipo de imposto, é preciso também aperfeiçoar outros, para que eles possam ter a devida adequação a esse possível novo incremento de receita por outros mecanismos.

Só que a CPMF já nasceu sem ter nenhum viés.

Eu não conheci a proposta.

Nós fomos chamados para uma reunião onde não foram apresentados os detalhes, e, no outro dia, já foi descartada a criação da CPMF.

Então, foi uma discussão que, no meu entendimento, não surgiu com consistência.

Isso é ruim também.

Deveriam ter pensado nisso mostrando todos os efeitos, como ele iria funcionar e para quê serviria.

Todos nós sabemos que a saúde é problema, o maior para todos os estados.

E uma solução para a Saúde precisa ser trabalhada.

Agora, para trabalhar uma solução tem que iniciar uma discussão de como enfrentar a questão da saúde.

E, a partir desse enfrentamento da questão da Saúde, poder, de fato, enfrentar e não apenas soltar uma ideia no ar sem ter como seguir com ela.

CBN - Mas é algo que o senhor proporia para discussão, quando se trata da questão do Orçamento, que é apresentado, inclusive, com déficit?

Seu partido levaria essa possibilidade da CPMF ou eliminaria já essa discussão?

PAULO CÂMARA – Nós precisamos criar mecanismos para o financiamento da saúde, se ele viria com a CPMF ou qualquer outro tipo de imposto ou contribuição, isso precisamos discutir.

Agora, não se dá para criar imposto ou contribuição hoje no país sem aperfeiçoar o sistema, sem diminuir a alíquota de outros impostos ou até eliminar algum tipo de contribuição que não é boa para os setor produtivo.

Isso é uma discussão maior. Às vezes você pode diminuir uma alíquota e trazer ganhos de receita, pela melhoria do funcionamento do sistema. É isso que precisa ser trabalhado.

O aumento de um determinado setor e a diminuição de outros são coisas que precisam ser vistas e estudadas.

Isso pode contribuir para o Brasil, sem necessariamente aumentar a carga tributária, mas gerando receita adicional.