No final de maio, a luz e os telefones já haviam sido cortados.
Na mesma época, foi a vez da água.
O Sinteepe, que reune os terceirizados que trabalham na pesquisa de emprego e desemprego, no Estado, informou ao Blog de Jamildo que a PED referente ao mês seria divulgada pela Dieese, mas as próximas podem ser prejudicadas.
Henrique Filho, um dos coordenadores do sindicato, disse acreditar que os terceirizados podia estar no meio de uma quebra de braço entre o governo Federal e o Estadual.
Na época, o líder do governo Waldemar Borges afirmou que o Estado iria assumir a pesquisa e que apenas detalhes burocráticos estavam pendentes. “Nós recebemos a informação de que o Ministério do Trabalho reservou R$ 2 milhões para ser usado na pesquisa.
O governo do Estado disse que precisava de apenas R$ 750 mil, que a gente não sabe se chegou.
No IAUPE (ligado a UPE) informaram que só iriam repassar se fossem pagos R$ 1,2 milhão que seriam devidos pelo Estado.
A gente não sabe quem está mentindo nesta história.
Não somos governo.
Eles que são governo é que deveriam se entender”, informou Henrique Filho, na época.
Nesta terça-feira, os trabalhadores informaram que a pesquisa foi descontinuada em defuinitivo, em meio a crise dos terceirizados no governo Paulo Câmara.
Não há recursos para financiar o estudo.
A grande ironia é que o povo que media o desemprego fiocu agora desempregado.
A pesquisa era realizada há 18 anos na Região Metropolitana do Recife e colhia mensalmente índices de empregabilidade e produzia indicadores como o perfil dos trabalhadores, nível de escolaridade da força de trabalho, a inserção dos negros e mulheres no mercado.
A pesquisa utilizava metodologia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
A promessa do governo do Estado era de que o repasse seria realizado no último dia 18.
O valor não foi disponibilizado e os funcionários estão indo a campo com uma ajuda de custo para transporte e alimentação.
Segundo os pesquisadores, o Sindicato dos Trabalhadores de Instituições de Ensino (Sinteepe), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) reuniram um valor suficiente para pagar os custos de alimentação e transporte. “Estão faltando instrumentos básicos para colocar a pesquisa na rua.
Internamente estamos sem material de expediente.
Falta folha de ofício para impressões, falta material de limpeza, água e copos descartáveis”, já havia avisado uma pesquisadora, em reserva.
O atraso na liberação não era inédito.
Em abril, a ameaça de interrupção já era anunciada, mas o governo de Pernambuco anunciou que iria antecipar a parte que lhe cabia no contrato enquanto aguardava nova rodada de negociações e a confirmação dos repasses federais.
Em nota, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação informou então que o pagamento extraordinário para execução da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), relativa ao mês de maio, no valor aproximado de R$ 250 mil, encontra-se em trâmite junto à Fazenda Estadual.
A expectativa era de que os recursos fosse liberados no início de maio.
A ação tem o objetivo de amenizar a situação da pesquisa e compensar atraso na liberação dos recursos conveniados junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que totalizam R$ 750 mil.
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