No mesmo dia em que foi anunciada mais uma forte queda do PIB do país, a presidente Dilma Rousseff aproveitou discurso, durante cerimônia de entrega de unidades habitacionais em Caucaia/CE e entregas simultâneas em Fortaleza/CE, em Maracanaú/CE, em Castanhal/PA, em Colinas do Tocantins/TO e em Bom Conselho/PE do Programa Minha Casa Minha Vida, para mais uma vez mandar recados políticos, como fazia Lula.
O palanque de Dilma era em Caucaia, mas havia em link com todas essas cidades. “Nós vamos voltar a crescer gerando emprego, renda, reduzindo a inflação e, sobretudo, nós não vamos deixar que tudo que nós conquistamos, que os programas que, com tanta força nós construímos, tenham qualquer retrocesso”, afirmou, no segundo evento do dia, chamado de Dialoga Ceará.
Além do governador do Ceará, Camilo Santana, do PT, os ministros que acompanharam o lançamento nas cidades foram Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e combate à Fome, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, Gilberto Kassab, ministro das Cidades, Helder Barbalho, da Pesca e Aquicultura, Nilma Lino Gomes, de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Pescadores de águas turvas “Tem muita gente no Brasil que é forte, que tem orgulho de ser brasileiro, que tem otimismo em relação ao país, que sabe que esse país é um país com condições de crescer, de avançar, e mais do que isso, um país que demonstrou que pode fazer, e que fez, nos últimos 13 anos.
O Nordeste brasileiro foi completamente transformado.
Falta muito a fazer?
Falta.
Mas nós mostramos que, juntos, somos capazes.
Essa é a maioria do Brasil”. “Agora, tem uma minoria que aposta sempre no “quanto pior, melhor”. É aquele pessoal que pesca em águas turvas, que quando as águas estão claras, nunca conseguem o que querem, mas quando elas ficam um pouquinho turvas, eles pescam em águas turvas.
Nós vamos ter clareza de afirmar, não só que o Brasil é um país forte, que vai crescer, vai superar as dificuldades que tem e são momentâneas, mas também que nós temos muito o que preservar.
Nós conquistamos muita coisa”.
Democracia e superação Não vamos deixar haver retrocesso nesse país.
Nem no que se refere aos programas, nem no que se refere à questão da democracia.
Nós todos sofremos as consequências de ter um país que não era democrático, que não respeitava as leis e que não deixava as pessoas dar sua opinião e manifestar sua opinião.
Esse País conquistou a democracia quando conquistou o direito de votar.
Ao conquistar o direito de votar, nós mudamos a história do nosso País, assim como toda a América Latina mudou a história dela, que era história de golpes e de ditaduras.
O Brasil não.
O Brasil, hoje, é um país democrático e um país que sabe superar suas dificuldades.
Como todos os países do mundo, nós temos a garra de superar as nossas dificuldades.
Mas tem uma característica especial do brasileiro: nós superamos isso com muita esperança e muito amor no coração e com nadinha de amargura ou de ódio.
Nós somos um país tolerante, um país que respeita os outros, um país que quer ver os seus filhos e suas filhas sendo criadas em um mundo de paz.
PIB e dificuldades “Eu sei que nós, hoje no Brasil, estamos passando dificuldades.
Vocês, muitos de vocês, temem, acham que a situação está incerta, acham que a inflação ainda está alta, têm medo de perder o emprego.
Eu quero dizer para vocês que o meu governo pensa em duas coisas: em como aumentar o emprego, garantir que o país volte a crescer, primeira coisa; segunda coisa, em reduzir a inflação, porque nós sabemos como a inflação corrói a renda do trabalho, a renda do empreendedor.
E aí eu vou assumir aqui, com vocês, alguns compromissos: Primeiro compromisso: nós não vamos abrir mão das políticas que têm ajudado o povo brasileiro a melhorar de vida.
O Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família, o Prouni - que garantiu que a filha, como dizia o pessoal, a filha do pedreiro pode virar doutora, ou o filho do pedreiro pode virar doutor -, garantir também o Fies, que foi o financiamento para a educação; garantir, ainda, o Pronatec, que cria oportunidade de emprego, que é um programa a favor do emprego porque forma os jovens trabalhadores desse país.
Quero também falar do Pronaf, que é o programa para a agricultura familiar, que também vai continuar”.
Minha Casa, minha vida “Onde as mulheres sempre mandaram da porta para dentro - os homens mandam da porta para fora.
Daí porque eu sei perfeitamente que essa quantidade de mulheres que aparecem recebendo a chave, é porque mulher, casa, família e filho rima, não é?
Dá não só uma rima, mas leva para frente o Brasil.
E os nossos queridos companheiros ajudam na criação das crianças, ajudam com toda sua força e seu empenho”. “… vocês se esforçaram, vocês trabalharam, vocês lutaram.
Aí vocês passavam na porta de um banco, o banco não emprestava, não cabia, e quando emprestava o dinheiro, não cabia no rendimento que vocês tinham, vocês se esforçaram, se esforçaram, e não tinham uma casa própria.
Qual é o papel do governo?
O papel do governo é… Não é que ele vai, o governo pega e resolve tudo.
Não, uma parte é o esforço de vocês e isso tem que ficar claro.
O que o governo pode fazer?
Garantir oportunidade, dar oportunidade, garantir que as pessoas que moram de aluguel e pagam aluguel, as pessoas que moravam na rua e não tinham como ter acesso a uma casa, porque era muito cara a prestação, possam ter uma casa. É esse o papel do governo”. “Foi um grande esforço construir, para o governo - eu quero dizer para vocês -, que foi um grande esforço construir.
Nós começamos com um milhão, mas esse um milhão tinha gente que dizia que ele não sairia do papel, que nós íamos ter dificuldade. É claro que nós tivemos dificuldades; é claro que muitas vezes as coisas não deram certo da primeira vez, mas é claro, também, que nós conseguimos.
Está aí a prova.
Aqueles que diziam que não ia acontecer o Minha Casa Minha Vida, hoje nós estamos dando uma boa resposta.
Está aí o Minha Casa Minha Vida, estão aí vocês dentro dessas casas.” “O nosso objetivo é fazer mais três milhões de casas.
Com isso nós chegaremos a mais de seis milhões e aí, vai ter no Brasil, pelo menos até 2018, no final, com muito esforço, em torno de 27 milhões de pessoas com a casa própria”.
Mais Médicos “Todos eles, mas tem um especial, que eu tenho um carinho imenso: é o Mais Médicos.
O Mais Médicos, eu tenho um carinho, porque no Brasil, tinha municípios que não tinham nenhum médico, nem unzinho.
Hoje eu perguntei aqui para o governador, “governador, diga para mim uma coisa: quantos médicos do Mais Médicos nós temos aqui no Ceará?” O governador me respondeu: 1.218 médicos.
Sabe, tem um número da Organização Mundial de Saúde que diz o seguinte: cada médico tem, da atenção básica, desse tipo de médico que atende em posto de saúde, ele atende por ano, no mínimo 3.500 pessoas.
Esse é o número que eles consideram adequado.
Pois bem, se a gente fizer todos os cálculos, no Brasil, com o programa Mais Médicos, que chegou a mais de 18 mil médicos, nós chegamos a 63 milhões de pessoas que não tinham atendimento básico e que agora têm.
Esse foi o primeiro passo para garantir que as pessoas tivessem acesso à saúde, o que é importantíssimo”.
Transposição “Eu estive, na semana passada, na interligação do São Francisco, e quero dizer para vocês que a interligação do São Francisco está virando cada dia mais uma realidade: serão 12 milhões de pessoas entre o Piauí, aliás, entre o Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, que serão atendidas no primeiro momento; os outros estados do Nordeste também vão se beneficiar.
E isso para mim é um orgulho, é um orgulho”. “No caso da Integração do São Francisco, é muito importante os senhores saberem que, na semana passada, nós inauguramos a primeira unidade de bombeamento.
Uma unidade de bombeamento no São Francisco, ela eleva, a primeira elevou a água do nível do rio a 35 metros.
Isso é um custo significativo, porque você faz isso com bombeamento baseado em energia elétrica.
Agora, mudará, mudará a feição de uma região muito grande, sei que aqui temos os produtores de frutas que sabem o valor que nós teremos quando você puder irrigar”. “Então acredito que também a perenização de mil quilômetros de rio, que é o fruto dessa obra, junto com as demais obras de segurança hídrica que se faz no Nordeste, aqui no Ceará vocês são um exemplo significativo, porque eu acredito que tanto o Eixão das Águas quanto o Cinturão das Águas… O Eixão já concluído, mas o Cinturão, quando for concluído, garantirá um padrão de acesso e de abastecimento de água que São Paulo não tem.
Hoje, se você for olhar uma das capitais, Belo Horizonte, com problemas; o Rio, com menos problema, mas com problema; São Paulo, com problema.
Então, as grandes capitais do Brasil, hoje, elas têm problemas de abastecimento”, afirmou, já em encontro com empresários do Ceará.
Nordeste “O meu governo tem um compromisso fundamental com os nordestinos, os cearenses e toda essa população imensa que mora, que vive, trabalha, estuda e cria, aqui nessa parte do nosso país.
E quero dizer para vocês que por isso é que nós olhamos com especial atenção e, muitas vezes, implicaram conosco por causa disso, disseram que nos éramos, olhavam para nós com preconceito e falavam: “Ah, você só tem voto no Nordeste”.
Eu quero dizer para vocês que eu muito me orgulho e agradeço extremamente ter recebido os votos nordestinos.
E digo isso porque é o reconhecimento de um enorme esforço feito, primeiro para um retirante nordestino que saiu daqui e foi para São Paulo.
E para olhar o Nordeste, para o Nordeste ser visto, ele se tornou presidente da República.
Foi por ele que nós começamos a olhar o Nordeste.
Depois, eu quero dizer para vocês que esta questão não é uma questão trivial no Brasil.
Aqui, no Nordeste brasileiro, tem uma quantidade imensa, tem uma riqueza imensa que é fundamental para o nosso país crescer e virar uma Nação desenvolvida”.