Integrante da CPI do BNDES, o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) criticou a atuação do BNDES no processo de construção da Refinaria Abreu e Lima, em Suape, durante a oitiva do presidente do banco, Luciano Coutinho, ocorrido nesta quinta-feira, em Brasília.
O tucano se baseou em relatório de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgado no mês passado.
O estudo apontou superfaturamento de R$ 673 milhões em um dos quatro grandes contratos que a corte analisa sobre a construção da refinaria.
A investigação identificou irregularidades que acabaram encarecendo o contrato inicial, de R$ 3,3 bilhões, em 86%. “Fica claro que o BNDES, mesmo sem deliberar, acabou sendo sócio do superfaturamento das obras porque Abreu e Lima começou com um custo de 4 bilhões de reais, o banco financiou R$ 10 bilhões, e o empreendimento terminou custando R$ 26 bilhões”, disse o parlamentar, durante a oitiva de Luciano Coutinho, pernambucano.
Betinho Gomes pediu ao presidente do banco de fomento para explicar denúncia publicada pela Revista Veja, na qual Luciano Coutinho é acusado de intermediar encontro entre o empreiteiro Ricardo Pessoa (UTC Engenharia) e o então tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, em 2010, Edinho Silva.
O BNDES, segundo a reportagem, teria viabilizado empréstimo à empresa privada que integrava o consórcio que administra o aeroporto de Viracopos caso a UTC viabilizasse doações ao PT. “Há exatos oito dias daquele pleito eleitoral houve uma reunião onde teria sido tratado este tema.
Foi dada essa orientação a Ricardo Pessoa de que ele seria procurado pelo tesoureiro de Dilma?”, indagou o deputado de oposição, que chegou a mostrar na CPI recibos de doações eleitorais da empreiteira feitas a Dilma no segundo turno daquela eleição.
O presidente do BNDES respondeu que esteve com Pessoa e demais empresários, mas que nunca tratou de dinheiro para a campanha de Dilma.
Quem acredita?