Na Folha de São Paulo desta terça O juiz federal Sergio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, entrou com uma representação no Ministério Público Federal, acusando de calúnia e difamação dois blogueiros que publicaram conteúdos sobre a família e a trajetória profissional do magistrado.

Na peça, Moro aponta Fabiano Portilho, do “Portal I9”, e Miguel Baia Bargas, do “Limpinho&Cheiroso”, como responsáveis por alguns dos “blogs de atuação duvidosa”, nos quais têm sido veiculadas “afirmações falsas, caluniosas, difamatórias e injuriosas” sobre ele.

O juiz menciona quatro reportagens para embasar sua acusação.

Entre elas estão uma reportagem que afirma que a mulher de Moro foi assessora do vice-governador do Paraná, ligado ao PSDB.

Outro texto diz que o proprietário de um escritório em que Moro trabalhou como advogado –antes entrar na magistratura– estaria ligado a desvio de dinheiro da Prefeitura de Maringá (PR).

Para ele, o objetivo das reportagens é afirmar um “inexistente vínculo” dele com partidos de oposição e insinuar que pessoas de seu círculo de relacionamento “seriam criminosas”.

Moro justifica a ação dizendo que, “embora tenha tolerado por algum tempo essas notícias infamantes, a reiteração e a estratégia de baixo calão moral de atacar sucessivamente pessoas ligadas” a ele o forçou a recorrer ao Ministério Público.

Na representação, o magistrado rebate as alegações publicadas pelos dois blogueiros e usa adjetivos como “delirantes” e “criminosas” para se referir a elas.

Moro destaca que, embora considere as matérias falsas, não deseja “qualquer providência de censura ou interdição por ser contra, por princípio, a essa providência”.

Miguel Baia, do “Limpinho&Cheiroso”, escreveu sobre o processo em seu site e disse que nunca teve intenção de difamar o juiz.

Segundo ele, seu blog apenas reproduz conteúdo de outros veículos.

Já Portilho usou página que leva seu nome em uma rede social para falar sobre o assunto: “Diziam que não era um petista fiel e que não vestia a camisa.

Olha a paga”.