O líder do Democratas na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), classificou como um “gesto de marquetagem” o anúncio de que o governo pretende fazer uma reforma administrativa na qual deverá cortar até dez ministérios. “É mais marquetagem do que uma ação concreta em busca de uma reforma administrativa verdadeira”, afirmou.

Segundo o deputado Mendonça Filho, esta é uma decisão que chega com 13 anos de atraso.

Para ele, o corte de dez ministérios para uma estrutura composta por 39 ministérios é “pouco”. “É preciso cortar pelo menos 15 ministérios.

Uma reforma administrativa depende de uma ação efetiva que resulte na redução no número de cargos comissionados e no fim do aparelhamento da máquina pública”. “A estrutura do Poder Executivo está “inchada” e que os brasileiros pagam a conta do ajuste do mal.

Ao anunciar a reforma administrativa, o governo propala que corta na própria carne, mas quem tem pago a conta do ajuste são os trabalhadores e o setor produtivo”, afirmou. “As agências reguladoras estão sendo “cooptadas e controladas” pelos interesses do Partido dos Trabalhadores.

Além disso, é preciso combater a corrupção de forma efetiva”, afirmou Mendonça Filho.

Mendonça Filho também comentou as declarações da presidente Dilma.

Para Mendonça Filho, a demora dos petistas em reconhecer a gravidade da situação é “sinal de incompetência de um governo que destruiu a economia, gerando desemprego e inflação, e que foi omisso diante dos casos de corrupção”.

Mendonça disse ainda que o fato da presidente ter dito que levou muitos “sustos” mostra o que os brasileiros, infelizmente, têm percebido de forma muito dolorosa, quando enfrentam a inflação e o desemprego. “Susto leva quem é despreparado.

Quem se planeja, quem se organiza, não se assusta, não é surpreendido com uma situação tão grave”, afirma. “Assustados devem estar os brasileiros que perderam seus empregos ou tiveram sua renda reduzida por conta da irresponsabilidade do governo petista.

O IBGE divulgou há pouco que o desemprego no Brasil subiu a 8,3% no segundo trimestre de 2015. É a maior taxa da série histórica”.

Além disso, na entrevista, Dilma disse ter sido “surpreendida” com as irregularidades na Petrobras, “justo ela que foi ministra de Minas e Energia e presidente o Conselho de Administração da estatal”, completou Mendonça.

O líder disse também que “surpreendido está o país com o discurso da presidente, que joga a culpa da crise no cenário externo, quando a verdade é que a crise é resultado da irresponsabilidade fiscal e econômica, de uma política baseada no vale-tudo que visou sua reeleição em 2014”.