Por José Maria Pereira da Nóbrega Júnior Especial para o Blog de Jamildo O Pacto Pela Vida (PPV), programa do governo de Pernambuco para a segurança pública, começa a falhar em suas metas em reduzir a criminalidade.
Entre 2006 e 2013 a queda chegou a menos 33% nos números absolutos de homicídios.
Já em 2014, depois de sete anos de queda consecutiva, apresentou o primeiro crescimento.
De 2013 para 2014 foi de 10,7% o crescimento dos números de homicídios.
Em 2013 foram 3.102 assassinatos e em 2014, 3.435.
Em 2015, no mês de agosto já foram mais de 2.500 pessoas assassinadas em Pernambuco, e apenas os meses de junho e julho conseguiram ficar perto das metas da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE).
O que estaria acontecendo com o PPV?
As reuniões semanais cessaram?
O governador não participa mais das reuniões mensais?
A produção de inquéritos policiais no Departamento de Homicídios cessou?
As denúncias promovidas pelo Ministério Público foram reduziras?
As prisões de homicidas seriados arrefeceram-se?
Estas questões são importantes, pois foram esses pontos que se mostraram fundamentais na redução da criminalidade em anos consecutivos e que foi demonstrado em artigo cientifico recentemente publicado por mim e o professor Jorge Zaverucha da UFPE, na Revista Dilemas da UFRJ (www.dilemas.ifcs.ufrj.br/page_68.html).
Estaria o PPV necessitando de uma reavalição de suas práticas?
Conversando com policiais (militares e civis) de Pernambuco, fiquei sabendo que as promessas de aumento salarial, de novas metas e promoções não foram efetivadas pelo atual governo.
Muitos estão dizendo que o atual governo esqueceu da polícia e vem abandonando o Pacto.
Sabemos que para a redução da criminalidade é fundamental uma polícia motivada.
Parece que o Pacto Pela Vida chegou ao seu esgotamento e, se não forem retomadas as discussões para uma avaliação da política pública, a tendência é o definhamento do progama e, consequentemente, o recrudescimento da violência e da criminalidade.
José Maria Pereira da Nóbrega Júnior é Cientista Político, Professor e Pesquisador da Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, Brasil.