Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem.
Por Marcela Balbino, repórter do Blog O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, condenou nesta sexta-feira (21) a redução da maioridade penal, aprovada em segundo turno na Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (19).
Segundo Cardozo, no Brasil se pune muito e se prende mal. “Tem gente que está solto e devia estar preso e tem gente presa que deveria estar solta.
Isso nós temos que enfrentar”, disse, no evento Dialoga Brasil, no Recife. “O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo e querem saber de uma coisa estranha?
Ainda querem reduzir a maioridade penal”, alfinetou. “Imagina o que vão ser 40 mil pessoas jovens entrando no sistema carcerário por ano?”, indagou.
A fala do ministro foi acompanhada por gritos de “não à redução”.
Para Cardozo, o maior problema no Brasil, atualmente, é a questão da segurança pública e a falta de integração entre os órgãos que atuam na segurança. “Na maior parte dos Estados, a Polícia Militar não se entende com a Polícia Civil e não se entendem com o Ministério Público.
A Polícia Federal não se entende com a Polícia Rodoviária Federal e a população não participa de nada”, criticou o ministro.
Cardozo apontou ainda as brigas internas nas corporações como principal fator para o aprofundamento da situação.
Participaram do evento os ministros Renato Janine Ribeiro (Educação), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência), José Eduardo Cardozo (Justiça), Juca Ferreira (Cultura) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social).
Também marcaram presença os petistas Humberto Costa, Teresa Leitão, Mozart Sales e João da Costa.
Do PSB, estavam os secretários Milton Coelho, Antônio Figueira e Felipe Carreras.
O governador Paulo Câmara (PSB) sentou-se no palco ao lado da presidente Dilma.
No momento da chegada houve uma saia justa.
Enquanto Dilma foi ovacionada pelos presentes, Câmara foi recepcionado com vaias.
O agravo veio de uma plateia formada por pessoas ligadas a movimentos sociais ligados ao PT.
PROTESTOS – A passagem da presidente Dilma Rousseff (PT) pelo Recife foi marcada por protestos em frente à sede da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), onde a petista se reuniu com empresários na tentativa de recuperar a popularidade em queda.
Participaram do ato integrantes do Movimento Vem Pra Rua, que pedem a saída da presidente, e o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol).