Dilma deu uma entrevista à Rádio Grande Rio de Pernambuco, a partir de Brasília, antes mesmo de chegar a Pernambuco, para inaugurar hoje a primeira etapa da estação de bombeamento do Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco.
Néia Gonçalves, da Rádio Grande Rio FM, não aliviou não. “…a obra ainda recebe críticas, presidente, aqui na nossa região pela situação degradante do nosso Rio São Francisco.
O outro ponto é a situação das famílias que vivem próximas ao canal e que hoje dependem do carro-pipa.
A partir do próximo mês pode faltar água para o abastecimento dos perímetros irrigados aqui do Vale do São Francisco.
A contrapartida do seu governo não é suficiente para a construção dos flutuantes anunciada em junho.
Qual é a garantia, presidente, para resolver paralelamente a situação de quem espera água da transposição e de quem está passando sede por uma crise hídrica aqui na nossa região”.
Dilma respondeu que o governo Federal vais continuar com os carros-pipa enquanto não passar a crise de água no Brasil inteiro. “ É uma seca que afeta o Nordeste e, surpreendentemente, também afeta o Sudeste.
Nós temos 1.873 carros-pipa em Pernambuco, atuando em Pernambuco sistematicamente.
Agora, qual é a boa noticia?
A boa noticia é que nós estamos concluindo todos os 477 km da Integração do São Francisco até dezembro do ano que vem.
E essa é a maior obra de segurança hídrica do Brasil.
O São Francisco está sofrendo muito com essa seca.
E isso é uma constatação, a gente olha e fica impressionada.
Eu estive aí na semana passada e eu mesma vi como o rio está baixo.
Nós temos a esperança, porque nós não controlamos o padrão de chuvas do Brasil, então temos de conviver com ele. É por isso que nós construímos a interligação do São Francisco.
A gente vai usar muito pouca água do São Francisco e vai permitir que, por exemplo, aí em Petrolina e Juazeiro, que têm esses projetos fantásticos de irrigação, eles tenham viabilidade”. “Eu vou entregar para a população nordestina esta obra até dezembro de 2016.
Agora, além disso, as obras no perímetro de irrigação do Pontal também estão em curso.
Porque as obras do perímetro do Pontal, elas são muito importantes, porque é agricultura desenvolvida no sequeiro que vai beneficiar bastante… um número significativo de produtores rurais.
Agora, ela já beneficia 139.
Outra obra importante é a Adutora do Agreste, que ela está em obras aí em Pernambuco.
Outra importante é a Adutora do Pajeú.
A primeira etapa dela está pronta.
Outra obra importante é a Adutora do Oeste, que também nós já entregamos”. “Agora nós queremos é prevenir, nós queremos é que, mesmo quando tiver seca, a gente seja capaz de ter água. É isso que é o Projeto de Integração São Francisco, é conviver, quando houver seca tem água.
E tornar esse Vale aí o que ele é.
Me disseram, um empresário privado que eu encontrei semana passada, quando eu estava lá em Juazeiro lançando o Minha Casa, Minha Vida, as 1.400 moradias, ele disse assim para mim: “Presidenta, esse Vale é abençoado, ele é abençoado.
Ele produz a melhor manga, ele produz a melhor uva, enfim, ele produz e é só uma questão de irrigação.
Irrigou um pouquinho, ele devolve em dobro, em triplo”.
Então, eu quero que o Vale devolva para nós em triplo.
Aí a gente tem que ajudar ele, o Projeto de Integração do São Francisco ajuda o Vale”, completou depois.
Sem ter como captar água do rio com a seca nas barragens No dia 26 de junho, o ministro da Integração, Gilberto Occhi, esteve em Petrolina anunciando a liberação de R$ 34 milhões para executar ações do abastecimento de água em oito perímetros irrigados aqui do Vale, inclusive para a compra urgente de flutuantes. “O repasse, no entanto, não é suficiente.
O nível da barragem de Sobradinho, como a senhora já deve ter visto, aí, na ultima visita, está com 9%, aí, da sua capacidade.
E a partir do próximo mês pode faltar água para o abastecimento dos perímetros irrigados aqui de Petrolina”, explicou a radialista, que perguntou ainda o que é que o governo poderia fazer para aumentar ou assumir de fato a obra na sua totalidade, com investimentos em torno de R$ 40 milhões para a construção desses flutuantes.
Dilma respondeu que a União fará a parte dela, mas sem se comprometer. “Nós gostaríamos muito que chovesse, agora nós vamos estar limitados a essa condição que todos nós conhecemos, que é a inexistência de chuvas neste local.
A Sobradinho, por exemplo, é uma grande preocupação do governo federal.
Nós não temos como resolver de forma estrutural o problema da água aí.
Enquanto não chover, nós vamos ter este problema de abastecimento.
O ministro esteve aí e mostrou a maior disposição no sentido de ajudar”.