Na entrevista que deu à à Rádio Grande Rio, com a radialista Néia Gonçalves, Dilma disse que os médicos cubanos podem ser substituídos, no futuro, pelos médicos que estão estudando pelas universidades do interior, como a Univasf.
Primeiro ela pegou ar com uma pergunta sobre crise no setor de educação. “Deixa eu te falar uma coisa, primeiro uma coisa: sabe quantos alunos novos o governo viabilizou no ano de 2015 nas universidades?
Eu não estou falando dos que já estavam, estou falando de alunos novos.
São 906 mil alunos.
Portanto, Néia, eu não concordo que há uma crise nesta área, acho que nós temos uma expansão significativa.
No Brasil não tinha um milhão de estudantes universitários entrando por ano em momento algum da nossa vida.
Bom, no caso específico da Universidade Federal do Vale do São Francisco, que é uma iniciativa que eu tenho muito apreço, aliás, porque é da nossa responsabilidade, foi o nosso governo, meu e do presidente Lula, que vem viabilizando.
Este ano, mesmo com os esforços que nós estamos fazendo para reequilibrar o orçamento do governo federal, os recursos de custeio para a Univasf chegam a R$ 31 milhões, e os investimentos, nós garantimos R$ 9,2 milhões.
Depois, tocou na questão sindical. “Eu entendo que os funcionários da Univasf queiram aumento salarial.
Agora, entre querer aumento salarial e dizer que a Universidade está parada vai uma distância.
O governo está negociando com os funcionários um aumento.
Mas eu quero dizer e insistir, os recursos de custeio e de investimento são suficientes, sim, para garantir o funcionamento da Universidade no padrão adequado que nós sempre mantivemos e ainda tem um recurso especial para continuar expandindo o investimento.
Não parar”. “Nós temos um apreço pela Universidade Federal do São Francisco, por quê?
Porque ela tem presença em três estados, ela é, a gente pode dizer, multicampus.
Ela tem campus em Pernambuco, na Bahia e no Piauí.
Ela faz parte do processo de interiorização de universidades que nós iniciamos no Brasil.
As universidades eram todas concentradas, todas concentradas nos grandes centros.
Nós iniciamos a interiorização por acreditar na importância da interiorização para formar as pessoas, para formar pessoas da comunidade que não teriam o encargo de sair da sua cidade, pagar moradia ou aluguel em outra, o que inviabilizava muita gente de estudar.
Então, a Univasf é um ótimo exemplo do processo de interiorização da rede federal que leva a universidade perto daquele brasileiro, daquela brasileira que quer estudar”. “Agora, eu queria chamar a atenção para uma excelente notícia que vem confirmar o que eu estou dizendo.
A Univasf, ela foi selecionada para participar do programa de expansão do ensino médio que é uma das ações mais importantes do programa Mais Médicos.
O programa Mais Médicos já colocou 63 milhões de pessoas tendo assistência básica, colocou essas pessoas próximas do seu posto de saúde, o médico atendendo.
Muitos desses médicos vieram de fora do Brasil.
Agora, o que nós queremos?
Que os médicos brasileiros é que atendam essas pessoas.
Utilizar médicos estrangeiros foi um processo de transição.
Então, qual é a ideia?
Criar universidades que, aliás, criar mais faculdades de Medicina nas universidades, interiorizando, levando para Petrolina e Cabrobó um centro de formação de médicos e permitindo que o médico seja formado aí.
O médico formado aí tem grande chance de querer ficar aí e atender a população local. “Então, nós vamos - quando o processo estiver concluído - ter 120 vagas de Medicina na região para permitir que jovens possam estudar em um curso que é extremamente disputado, todo mundo sabe, talvez seja um dos cursos mais disputados”, anunciou.