Uma fraude foi descoberta às vésperas do projeto de lei 6.583/13 ser levado à votação na Câmara Federal, que pode instituir o Estatuto da Família no País.

Dos quase 10,3 milhões de votos contabilizados na enquete realizada pelo próprio Legislativo em seu portal oficial, ao menos três milhões estão sob suspeita.

O autor do Projeto de lei, o deputado federal Anderson Ferreira (PR) foi à tribuna, nesta quinta-feira, cobrar providências da Mesa Diretora, alegando que a sociedade não seja enganada.

A enquete sobre o polêmico tema foi lançada em fevereiro de 2014 e bateu o recorde histórico de votações.

Ela questionando as pessoas sobre quem concorda ou discordava com o núcleo familiar formado entre homem e mulher.

De acordo com a Câmara, os dados indicam inicialmente que 51,62% são contrários, enquanto 48,09% defendem este conceito familiar, e 0,29% não teriam opinião formada sobre o assunto.

Segundo Anderson Ferreira, a fraude ficou evidente a partir dos dados fornecidos pela Central de Informática (Cenin), da própria Câmara. “Três milhões dos votos partiram de apenas 66 computadores, fazendo aumentar muito o voto “não”, no mês de junho.

Ou seja, cada computador lançou 45 mil votos, o que dá uma média de 24 “não” para cada um “sim”.

Só de um IP foram 1,6 milhão de votos, todos ‘não’.

Isso é um absurdo”, disse o autor do projeto.

O deputado revela que só do município Garanhuns foram 122 mil votos, mas o número de habitantes não chega a 115 mil. “Outro caso gritante ocorreu nos Estados Unidos.

Numa cidade que tem apenas 8,5 mil habitantes, foram contabilizados 60 mil votos.

Caso seja comprovada a fraude, o placar ficará em 67% votos a favor da família formada entre homem e mulher, e apenas 33% contra”. “Ao contrário do que a enquete está mostrando, a população não está dividida.

Houve manipulação na votação para confundir a sociedade de que há um sentimento contrário ao Estatuto da Família.

Por trás desta fraude há um grupo que não aceita uma sociedade cristã e tradicional.

Vamos apurar e provar que o resultado está fraudado”, reclamou o deputado Anderson Ferreira.

Na próxima quarta-feira, a Comissão Especial do Estatuto da Família votará o parecer do relator, para o texto ir a plenário.

Anderson Ferreira está convicto de que o projeto será aprovado. “O projeto garante avanços na cobrança pelos direitos que os brasileiros têm, mas que o Poder Público não cumpre”, diz.