O líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho, protocolou nesta sexta, representação junto ao Ministério Público, em Brasília, pedindo a responsabilização criminal, do presidente da CUT, Vagner Freitas, pela prática dos crimes de “incitação, publicamente, a prática de crime”, previsto no Código Penal, e de chamamento “à luta com violência entre as classes sociais”, previsto na Lei de Segurança Nacional.

A representação tem como base as declarações de Wagner Freitas, num evento no Palácio do Planalto, defendo “ir às ruas entrincheirados, com armas nas mãos”, para defender o Governo Dilma. “Esse discurso de ódio, pregando a violência, não mete medo na Oposição, muito menos na sociedade, porque estamos num Estado de Direito.

Vivemos na Democracia brasileira e não na ditadura do PT”, afirmou.

Segundo o líder do DEM, basta assistir ao vídeo da fala do presidente da CUT para ver que foi uma declaração de guerra contra os movimentos sociais que têm ido às ruas para protestar contra o Governo Dilma.

E não, como tentou desfazer depois, uma figura de retórica.

Na representação, o parlamentar cita o fato de o discurso radical do presidente da CUT ter sido feito a três dias da realização de mais uma mobilização da sociedade, que se opõem ao Governo Federal, marcado para o dia 16/08.

No próximo domingo diversos movimentos sociais estão chamando a população, em todo o País, para ir às ruas protestar contra o Governo Dilma.

O líder do DEM questiona, também, o fato de esta “convocação” da CUT para pegar em armas tenha sido feito dentro do Palácio do Planalto, num evento com a presença da presidente Dilma e de ministros. “Isso é um escândalo, principalmente se considerarmos a omissão da presidente diante do fato.

O que, na verdade, respalda a prática desses crimes”, criticou.

Em Alagoas, o tucano Aécio Neves criticou a fala do sindicalista. “O Brasil assistiu ontem, com perplexidade, à declaração na sede do governo nacional, no Palácio do Planalto, na presença da senhora presidente da República e sem que ela fizesse qualquer contestação, a palavra de um importante dirigente sindical conclamando seus companheiros a se entrincheirarem e pegarem em armas.

Quero dizer ao presidente da CUT, mas principalmente aos brasileiros, que não vamos nos entrincheirar, vamos de cabeça erguida para as ruas, para as ruas de todo Brasil no próximo domingo e levando como nossa única arma a Constituição do Brasil.

Essa é a arma de que dispomos para fazer com que a lei seja cumprida.

E foi por isso que tantos brasileiros lutaram tanto durante tantos anos”, declarou. “Portanto, vamos responder a essas tentativas de intimidação com a nossa manifestação clara, pacífica e corajosa em defesa do Brasil e sempre em defesa da democracia.

Porque para nós esse é o limite da nossa ação, a Constituição”.

Sobre as manifestações de domingo, Aécio disse que, pessoalmente, tinha muita vontade de participar. “Não decidi ainda aonde vou, nem se vou, mas a minha vontade pessoal é essa.

Estou conversando com os dirigentes do partido.

Eu carrego comigo a institucionalidade de ser o presidente nacional do PSDB, mas pretendo sim, não decidi ainda em que lugar.

Existem muitas demandas para que eu esteja em Brasília, no Rio, ou em São Paulo, em especial também, é claro, em Belo Horizonte.

Fui convidado inclusive para estar aqui em alguns lugares do Nordeste.

Vou avaliar até amanhã aonde vou e anunciarei a vocês.

Se for, irei como cidadão.

Como mais um, entre milhões de brasileiros indignados.”, afimrou.