Foto: Guga Matos/JC Imagem Por Ayrton Maciel do Jornal do Commercio O oposicionista PSOL denunciou, nesta quarta-feira (12), em pronunciamento, na Assembleia Legislativa, do deputado Edilson Silva que dois golpes estão sendo articulados no País e antecipou que vai resistir e irá às ruas contra a violação da Constituição e da legitimidade da eleição presidencial.
Edilson acusou de golpe a agenda apresentada pelo presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB), para assegurar o apoio à presidente Dilma Rousseff (PT), diante da crise política e econômica nacional.
O psolista disse que a Agenda Brasil retira cláusulas pétreas da Constituição de 1988, ferindo direitos sociais e avançando sobre o patrimônio público brasileiro.
E acusou uma articulação para a criação de um ambiente nacional favorável ao “golpe do impeachment” da presidente.
O deputado do PSOL afirmou que Renan Calheiros, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e “a elite conservadora” estão “acuando” a presidente Dilma, aproveitando-se da “fragilidade” política do seu governo, para – com a aquiescência da presidente – reformar a concepção de Estado que esta contida na Constituição Brasileira. “Direitos pétreos e o patrimônio público viraram peças de atração do grupo parlamentar elameado pela Lava Jato.
Dilma é refém da política antirrepublicana.
Está acuada e, por isso, se permite aceitar dialogar sobre essa agenda que flexibiliza a legislação ambiental, as áreas indígenas e os terrenos de marinha que são das Forças Armadas, fala em privatização do SUS e uma nova leitura para as Parcerias Público-Privadas.
Isso é um golpe.
Eles não têm mandato para revisar a Constituição”, declarou na tribuna.
Sem contestação de deputados da oposição nacional, Edilson disse que a estratégia é “tornar o governo Dilma fraco”, para emparedá-la e condicionar o apoio a um “ou negocia ou será desalojada”. “Dilma é presidente mas não tem o direito negociar o País, os direitos dos trabalhadores e o patrimônio público.
O PSOL não é da base de apoio (de Dilma), mas não aceita um impeachment sem que haja uma sustentação jurídica que percorra todas as instâncias.
Não vamos permitir, sem lutar, que seja instalado um impeachment”, ressaltou o psolista.
O único aparte partiu da petista Teresa Leitão que reconheceu a situação política como “grave” e definiu como uma “posição lúcida” a manifestação do PSOL. “A proposta de Renan não será facilmente absorvida pelo PT e pelo próprio PMDB.
Há pontos na pauta de Renan muito perigosas para o País.
Os movimentos sociais vão se manifestar contra essa agenda.
Quem sabe o PT e o PSOL não estarão caminhando juntos”, alinhou Teresa Leitão. “Em 2013 também havia uma pauta conservadora no Congresso e o povo foi lá e derrubou.
Talvez tenha o povo que voltar para a porta da Câmara (Federal)” completou Edilson.