O Sindicato da Agricultura Familiar de Petrolina (Sintraf) e o comitê de agricultores familiares dos perímetros irrigados Senador Nilo Coelho, Bebedouro e Maria Tereza, no município, foram obrigados a se movimentando após terem sido surpreendidos por uma notícia nada positiva, no final de julho.

Os produtores não disporiam mais da assistência técnica rural (Ater) destinada à categoria pelo governo federal por meio da Codevasf em Pernambuco.

A presidente do Sintraf, Isália Damascena, informou que a entidade preparou documentos para serem enviados aos deputados e senadores que representam a região, mostrando que suspender a Ater é ilegal. “A lei 12187/10, garante a assistência técnica rural aos pequenos produtores dos perímetros, e a 11326/06, regulamenta a agricultura familiar no Brasil”, diz.

A entidade solicitou audiência com a ministra da Agricultura e Pecuária, Katia Abreu, e com o ministro do Desenvolvimento Social, Pepe Vargas. “Sabemos que o ministério da Integração Nacional suspendeu os recursos para a Codevasf manter a ater, mas essa ação tem que ser dos ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Social”, disse Damascena.

Na audiência com a ministra pretende mostrar o prejuízo que será para a agricultura familiar a falta de assistência técnica para orientar na produção. “Pagar assistência não temos condições e mesmo assim a ater é uma conquista legal que não vamos abrir mão”, disse Isália Damascena. “Tivemos um retorno do gabinete da ministra que aguarda apenas um tempo na agenda dela para marcar a reunião no ministério.

Vamos formar uma comissão para falar com a ministra e até tentar trazê-la aqui para ela ver a realidade local.

Ver a importância dos produtores familiares dos perímetros irrigados para a região e país e o prejuízo que será sem a assistência técnica”, informou.

O Sintraf acionou os deputados federais e senadores, como Humberto Costa, PT e Fernando Bezerra Coelho, PSB. “Quanto a Fernando, vamos pedir apoio lá e aproveitamos a vinda de Humberto à Petrolina e convesamos pessoalmente com ele.

Mostramos a gravidade da medida.

Ele recebeu nosso pedido e vai buscar ajudar no que puder.

Queremos que ele intermediei essas audiências com os ministros”.

O produtor e vice-presidente do Sintraf, Enildo Santana, ressalta que os agricultores negociam a redução do quadro de Ater para atender no processo produtivo e em outras etapas do plantio, mas ficam sem assistência técnica será um caos para a agricultura irrigada dos lotes familiares. “São 8 agrônomos e 15 técnicos.

Queremos pelo menos a metade disso.

Estamos abertos a negociação, apenas o direito de ficar com o mínimo”, disse Enildo.

O produtor lembra que os produtores estão cumprindo com sua parte na questão dos flutuantes, entrando com sua contrapartida numa obra que visa evitar maiores prejuízos à produção irrigada, devido a redução hídrica na região do vale do São Francisco.