Foto: NE10. É quase lugar comum dizer que a crise econômica vem afetando empresas nos mais diversos setores - das pequenas às de grande porte.
Em Pernambuco, nem a Coca-Cola escapou.
Nos últimos quatro meses, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Bebidas (SindBeb), cerca de 150 funcionários foram dispensados, apenas da fábrica do Estado.
As demissões atingiram diversas áreas de atuação - motoristas, promotores de venda e até supervisores. “Ontem foi demitido um motorista com mais de 20 anos de empresa sob a justificativa de que ele não estava apto para o serviço.
Como não está apto e ficou 20 anos na função?”, questiona Marcos Tadeu, diretor de comunicação do SindBeb.
Segundo ele, até pessoas com atestado médico deixaram o grupo.
Fábrica da Coca-Cola.
Foto: NE10.
O representante do sindicato explica que a empresa dispensou os trabalhadores sob a justificativa de que não está vendendo bem. “Ela alega crise, mas na verdade depois que o grupo Solar assumiu eles estão mudando as coisas”, disse Tadeu. “O setor de bebidas não está ruim.
Recebemos informações de que só teve crescimento.
Este é um dos setores que não teve problema.
As empresas (Itaipava e Ambev) estão investindo milhões aqui”, acrescenta.
Em nota, a Solar - segunda maior operação do Sistema Coca-Cola Brasil e uma das 15 maiores do mundo - explica que, como qualquer grande empresa, realiza revisões em seus processos e estruturas buscando maior eficiência e competitividade na gestão dos negócios e atividades da empresa.
A empresa afirma que fez, em Pernambuco, uma “pequena redução de seu quadro funcional”, equivalente a menos de 1% do quadro total.
A Solar conta com cerca de 16 mil empregados em toda a região Nordeste, Mato Grosso e Tocantins, distribuídos em 13 fábricas, 36 centros de distribuição além de seus escritórios.
RETRAÇÃO - As indústrias de refrigerante no Nordeste registraram retração no primeiro semestre de 2015.
Nos seis primeiros meses deste ano, foi produzido 1,75 bilhão de litros.
O volume foi 1,66% inferior à produção registrada no mesmo período de 2014.
Os dados fazem parte do levantamento do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe) da Receita Federal.
BALANÇO - Em abril, a Coca-Cola divulgou o balanço trimestral que demonstrava superação das expectativas para o período.
No âmbito mundial, pela primeira vez em vários meses, o volume de vendas de refrigerantes do grupo teve aumento (+1%).
Os analistas estimavam uma redução de 0,3%.
O volume de negócios trimestral do grupo cresceu em 1,3%, a US$10,71 bilhões de dólares, um número maior do que os US$10,66 bilhões esperados pelo mercado