Recifenses estão desacreditados nos políticos.

Foto: Rodrigo Lobo.

Por Marcela Balbino, repórter do Blog Mais do que a economia, as sucessivas crises que o governo federal vem atravessando atingiram também a confiança do eleitor nos principais atores políticos.

Mais do que bilhões de reais, os escândalos de corrupção e desvio de verbas subtraíram também a crença dos recifenses na política.

Ao menos este é o reflexo exposto na pesquisa divulgada pelo Instituto Maurício de Nassau (IPMN), nesta quarta-feira (5).

Segundo o levantamento, 40,9% dos entrevistados não admiram nenhum político.

Isso significa que a cada dez eleitores da capital, quatro não admiram homens públicos.

Membro do conselho científico do Instituto Maurício de Nassau, Maurício Romão, explica que o percentual é reflexo do descrédito da população e do sentimento de incompatibilidade na política. “Em função do momento político, os anseios da população estão dissonantes das ações dos representantes do poder. É a sensação que os políticos não representam a vontade da população”, explica.

Exemplo recente é a aprovação pelo Senado do projeto de lei que estabelece a fusão, emancipação e criação de municípios, mesmo a presidente Dilma tendo vetado no ano passado.

Num momento de austeridade fiscal, o governo teme o impacto que o projeto pode causar sob as contas públicas. “Essa é uma agenda que nada tem haver com o brasileiro. É uma agenda que apenas cria despesas para o erário público e sabemos que é para atender a certos egos políticos.

Isso cria esse desânimo, um descrédito”, observa Romão.

A pesquisa da Maurício de Nassau foi realizada nos dias 20 e 21 de julho e foram ouvidas 622 pessoas.

O número de entrevista foi estabelecido com base em uma amostragem aleatória simples e o nível de confiança de 95% e uma margem de erro estimada de 4 pontos percentuais.