O ex-ministro José Dirceu deixou a superintendência da Polícia Federal (DF) em Brasília no início da tarde desta terça-feira (4).

Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil.

Investigado na Operação Lava Jato, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu desembarcou no Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, por volta das 16h45 desta terça-feira (4).

Em frente à sede da Polícia Federal, onde ele ficará detido junto com outros presos da Lava Jato, manifestantes contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) protestavam e pediam a saída do governo.

O grupo também entoava frases de apoio à Polícia Federal: “Polícia Federal, orgulho nacional”.

Já o ex-ministro foi recebido sob grito de “ladrão” e foguetes.

O petista foi preso em sua residência, em Brasília, onde cumpria prisão domiciliar.

A ordem de prisão veio do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava Jato.

Manifestantes protestam na chegada de Dirceu à sede da PF.

Em despacho assinado no início da noite de segunda, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luis Roberto Barroso, autorizou a transferência de Dirceu para a Superintendência da PF em Curitiba. ‘PIXULECO’ – O petista foi preso durante a 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco.

Ele foi apontado pelo Ministério Público Federal como um dos responsáveis pela criação do esquema de corrupção na Petrobras. “Chegamos a um dos líderes principais, que instituiu o esquema, permitiu que ele existisse e se beneficiou dele”, disse o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos responsáveis pelas investigações.

Os procuradores da Lava Jato apontam Dirceu como responsável pela indicação do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que foi responsável pela negociação de contratos de obras da Petrobras de 2003 a 2012 e é acusado de cobrar propina dos fornecedores da estatal.

O procurador Lima afirmou que o esquema de corrupção na Petrobras reproduziu características do mensalão, porque parte do dinheiro abasteceu políticos do PT e de outros partidos governistas. “O DNA é o mesmo: compra de apoio partidário”, disse.

Para ele, o esquema foi “sistematizado” no governo Lula.

Questionado se o ex-presidente também seria investigado, Lima disse que “nenhuma pessoa no regime republicano está isenta de ser investigada”.