Em segundo lugar na disputa de 2012 pela prefeitura de Olinda, a peemedebista Izabel Urquiza não esconde o desejo de se cacifar para entrar no pleito do próximo ano.

Herdeira do espólio eleitoral da mãe, a ex-prefeita Jacilda Urquiza (PMDB), Izabel terá que ultrapassar a disputa interna do partido para ser candidata, uma vez que o deputado estadual Ricardo Costa também mira a cadeira de Renildo Calheiros.

Ela figura como a única das pré-candidatas do município que exercem historicamente oposição à gestão do PCdoB.

Todos os outros pré-candidatos que buscam ingressar na disputa faziam parte do eixo de forças que ajudou a eleger Calheiros.

Quanto à possível disputa interna com o correligionário Ricardo Costa, considerado “cristão novo” no partido, Izabel relembra da eleição de 2012, quando ele desistiu da candidatura e subiu no palanque de Renildo.

Costa era filiado ao PTC nas eleições municipais. » Eleições 2016: todos querem a prefeitura de Olinda “Temos que caminhar um pouquinho mais para definir o nome. É bom lembrar que Ricardo Costa subiu no palanque do prefeito.

Ele não representa as forças de oposição.

Se eleito, será um governo de continuidade”, grifa Urquiza. “Ao desistir da candidatura, ele inviabilizou um pleito que poderia ter dado condições da eleição ir ao segundo turno”, observou.

Atualmente, Urquiza ocupa o cargo de gestão no governo de Paulo Câmara (PSB).

Ela está à frente do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (Prodetur), ligado à Secretaria de Turismo.

Ao apontar falhas na gestão comunista em Olinda, Urquiza afirma que o grande entrave na administração pública é a falta de visão sistêmica dos gestores.

Formada em direito, a pré-candidata trabalhou por mais de 10 anos como gestora na Caixa Econômica Federal.

Quando disputou contra Renildo, Izabel amealhou pouco mais de 80 mil votos.

Em 2014, foi uma das candidatas a deputada estadual mais votadas no município (19 mil votos), mas não se elegeu. “O interesse existe.

Estou à frente de uma secretaria de governo, trabalhando na gestão pública, mas ninguém pode ser candidato de si próprio.

Então, se houver viabilidade e interesse do eleitor meu nome estará colocado à disposição do povo”, disse Urquiza, reiterando que, historicamente, o PMDB em Olinda sempre se colocou como força de oposição ao PCdoB.

Sobre uma possível mudança de partido, a peemedebista destaca a trajetória dentro da sigla e diz que o assunto ainda não está sendo analisado, mas ela não descarta a hipótese. “Não é nosso interesse, mas essas questões precisam ser trabalhadas até setembro, porque é a data limite para mudança de partido”, diz.

Com o fim do mandato do prefeito Renildo Calheiros, após 16 anos de gestão do PCdoB, a Prefeitura de Olinda entra na mira de pelo menos sete pré-candidatos, quatro deles que, nas últimas eleições, integravam o arco de aliança dos comunistas.

Considerada cidade dormitório, o município convive com baixa arrecadação e acumula problemas estruturais e sociais.

O mau desempenho de Renildo nas urnas em 2012 – teve 102 mil votos, enquanto brancos e nulos somaram 105 mil -, abre janela para a fragmentação da base aliada.

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