João Paulo toma posse na Sudene.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem.
Seis meses após o fim do mandato como deputado federal e da derrota nas urnas, o ex-prefeito do Recife João Paulo (PT) assumiu nesta terça-feira (28) a superintendência da Sudene.
No discurso de posse, o petista trouxe à tona as velhas críticas ao neoliberalismo e citou as privatizações da época do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e condenou o fechamento do órgão, na década de 90.
Ao assumir a Sudene num momento em que o órgão está sucateado, João Paulo afirma que a prioridade será entender o funcionamento da superintendência e se articular com os governadores dos Estados para atuar junto aos ministérios.
Autarquia criada em 1959 com objetivo de promover o desenvolvimento do Nordeste, o órgão foi fechado em 2001 e recriado em 2007.
Desde então, é custeado com recursos da União, como o Fundo Nacional de Desenvolvimento do Nordeste. » Em dia de posse de João Paulo, Justiça Federal determina evacuação de prédio da Sudene Questionado sobre como o contingenciamento de gastos da União poderia afetar a Sudene, o petista afirmou que é apenas “um oficial” no contexto nacional e que a “única preocupação da presidente é resgatar a auto-estima do Nordeste”, disse. “Assumo com a missão de fortalecer e ampliar a articulação política, tratando dos grandes desafios do Nordeste, das prioridades e dos aspectos técnicos, inicialmente conversarei com os governadores.
Esse processo de discussão deverá ser estendido aos demais agentes sociais da região e aos diversos segmentos da economia”, diz.
A posse do petista contou com a participação de representantes de quase todos os Estados atendidos pela Sudene.
Além do ministro da Integração, Gilberto Occhi, estavam presentes os governadores do Ceará, Camilo Santana (PT), da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), a vice-governadora do Piauí, Margarete Coelho (PP), o vice-governador da Bahia, João Leão, e a senadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra. Único representante do PT de Pernambuco no Congresso Nacional, o senador Humberto Costa não participou da posse.
João Paulo, inclusive, interrompeu o discurso para justificar a ausência do petista, que cumpria agenda em São Paulo.
João da Costa também não prestigiou o correligionário.
De Pernambuco foram os socialistas Paulo Câmara, governador de Pernambuco, e Geraldo Julio, prefeito do Recife.
Defensor ferrenho do governo Dilma Rousseff (PT), o deputado federal Silvio Costa (PSC) chegou sob os aplausos dos presentes.
Da ala do PT marcaram presença a presidente estadual do PT, Teresa Leitão, o ex-deputado Fernando Ferro, o diretor da Hemobrás, Mozart Sales, Bruno Ribeiro, o presidente do PT no Recife, Oscar Barreto, e membros da militância do partido.
Também estiveram no evento o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB) e a deputada federal Luciana Santos (PCdoB).
O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Guilherme Uchoa, amigo de longa data de João Paulo, desde a época em que o petista tinha cadeira na Alepe, também prestigiou a cerimônia.
Vice-governadora do Piauí confundiu nome de cidades e erro gerou momento de descontração.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem.
RISADARIA - Marcado pela quebra de protocolos, a posse do petista teve momentos de descontração.
Um deles foi quando a vice-governadora Piauí, Margarete Coelho, derrapou no discurso e confundiu a cidade que João Paulo havia governado.
A piauiense trocou a fala e disparou: “João Paulo, faça na Sudene uma gestão tão boa quanto em Olinda…”.
Todos riram e ela rapidamente se corrigiu.
O prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, ruborizou e brincou com João Paulo.
Passado o equívoco, a governadora destacou o sentimento de “nordestinidade” e pediu que João Paulo recoloque o órgão na rota de importância para a região.
NOBEL PARA LULA - Antes da posse, no piso térreo da Sudene, representantes do movimento de mulheres contra o desemprego distribuíam folhetos pedindo a entrega do Prêmio Nobel da paz para o ex-presidente Lula. “Considerando que Lula superou todos os obstáculos para chegar à Presidência do Brasil, partindo da condição de um operário nordestino, de origem pobre, através da participação ativa nas lutas organizadas dos trabalhadores, em vista de conquistar a paz por meio da justiça social”, argumentam na defesa.