Representantes do Governo Municipal em Abreu e Lima, lideranças comunitárias e um grupo de moradores do bairro de Caetés II participaram de uma reunião na sede do Ministério Público, centro da cidade.
O objetivo foi se posicionarem contrários à construção de um novo presídio de Segurança Máxima no município, pelo Governo do Estado.
O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico e a ex deputada Terezinha Nunes também participaram do encontro.
A reunião foi conduzida pela promotora Maria Amélia.
O objetivo da reunião, segundo a promotora, foi recolher maiores informações sobre o interesse do estado em construir mais unidade prisional na cidade de Abreu e Lima.
Para ela, a sociedade precisaria estar mais informada desta possibilidade e tomar conhecimentos das vantagens e desvantagens que o novo presídio acarretaria para a cidade. “daí a necessidade de juntas as partes envolvidas”.
Como defensor da construção da unidade prisional na cidade, Pedro Eurico começou divulgando números da população carcerária no estado, citando que no ano de 2007, havia 17. 700 presos, contra os atual 32.000. “A construção deste novo presídio, além de diminuir o excesso de presos dentro do estado, é a resposta de um clamor vindo da população que pede por mais segurança, principalmente na Região Metropolitana do Recife”, disse.
Lideres comunitários questionaram a legitimidade da construção do novo presídio e lembraram da lei de autoria da ex deputada Terezinha Nunes no ano de 2007, que regulamentou à construção de unidades prisionais no Estado em centros urbanos e de interesse turístico.
A lei previa ainda uma compensação para os municípios que já tinham unidades prisionais ou onde elas venham a ser construídas. “Não queremos ter o 5º presídio como nosso vizinho.
Já sofremos bastante as consequências com as quatro unidades prisionais próximas às nossas casas”, desabafou o líder comunitário de Caetés II, Zeferino Andrade, que trabalhou em pelo menos em três destas unidades prisionais de Abreu e Lima, antes de ser policial aposentado.
Terezinha Nunes lembrou que a Lei ainda se encontra em vigor e que o município de Abreu e Lima não poderia ser penalizado tendo mais um presídio, desta vez de segurança máxima. ‘Não sou contra o estado em querer diminuir o déficit carcerário no estado, mas que o faça procurando um local bem longe das casas das pessoas’, enfatizou.
A ex-deputada lembrou a aprovação da lei na assembleia. “Esta lei que restringe estas construções também foi aprovada por unanimidade com seu voto enquanto deputado Pedro Eurico”, relembrou Terezinha.
Na semana passada, o prefeito do município Marcos José antecipou que não assinou nem vai assinar a carta de anuência para a construção de um novo presídio na cidade.
Ele argumenta que a população não quer esse tipo de investimento, porque, na prática, vai contribuir para gerar imagem negativa da cidade.
A promotora Maria Amélia convocou um entendimento das partes para escolha de uma nova data a ser divulgada, onde se faça uma audiência pública envolvendo a maior parte da população.