Cidade Viva debateu a crise econômica.
Foto: Diego Nigro/JC Imagem O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Thiago Norões, mesmo lamentando a desmobilização abrupta de investimentos em Suape, por conta da operação Lava Jato e recessão, defendeu que o complexo industrial ainda será a âncora de grandes investimentos para a economia local, apesar deste cenário de crise econômica nacional. » Veja a íntegra do programa Cidade Viva “Suape vai continuar a crescer em sua infraestrutura.
Vamos ter dois novos cais e temos uma área grande para colher novos investimentos.
Estamos escolhendo os setores com maior vocação, como naval, petroquímico e de alimentos.
Vamos ter ao menos mais uma térmica instalada no porto.
São projetos que vão atrair alta rentabilidade e demandar empregos competitivos”, frisou, apresentando-se como um otimista cauteloso.
O auxiliar de Paulo Câmara lamentou que a Refinaria Abreu e Lima tenha hibernado e congelado investimentos.
Com a crise gerada pelas investigações de corrupção na Petrobras, a refinaria foi afetada e interrompeu investimentos.
Os estaleiros instalados no porto para atender demandas da Transpetro também sofreram com cancelamento de pedidos e demissões. “O problema ocorre na medida em que a desmobilização (de empregos) deu-se de forma abrupta, não porque as obras foram concluídas.
Não tinha como isso não causar problema, em um período tão curto de tempo”, avaliou.
No programa, Thiago Norões listou, como dois exemplos, o segundo terminal de contêineres e o pátio de veículos, em Suape, a serem licitados pelo governo Dilma. “Nós somos procurados por operadores do Brasil e do exterior manifestando interesse.
Nós íamos fazer uma licitação no início do ano, mas suspendemos a pedido da Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviário).
Nós sabemos que há demanda para os projetos”, frisou, manifestando a confiança de que os novos projetos vão atrair investimentos e gerar empregos e impostos na economia local.
No fim do debate, referindo-se ao projeto de atração do Hub da Latam, o secretário Thiago Norões elogiou ainda a união política em torno do empreendimento e disse que ela ajuda a conquistar o investimento privado e vai ajudar Pernambuco a superar dificuldades.
No curto prazo, o consultor Francisco Cunha exortou as pessoas a não se intimidarem com o fracasso, pois o importante era aprender com os erros e perseverar sem se abater. “Não há uma solução mágica para sair da crise, mas estamos em uma situação melhor em Pernambuco do que há duas ou três décadas (com os projetos estruturadores da economia em Suape e em Goiana)”, defendeu, citando ainda que temos em nosso estado a opção da economia criativa. “É preciso estar preparado para as oportunidades.
Elas existem, basta se habilitar e procurar.
Já o mapa para sobrevivência para os empreendedores é cuidar de reduzir as despesas e ampliar as receitas, especialmente em um momento de aumento de insumos”, observou.
O gerente de setores econômicos do Sebrae, Alexandre Alves, deu várias sugestões aos empreendedores (ou futuros), como polivalência e afinidade com o projeto empresarial a ser desenvolvido, além de conhecer ferramentas gerenciais. “Não há problema em mudar de ideia, problema é não ter ideias para mudar”, observou, a certa altura do terceiro bloco.
Na avaliação do especialista, a área de serviços para empresas pode ser uma boa oportunidade, como fornecedor, no momento em que as empresas terceirizam atividades para reduzir custos.
Os outros setores apontados como viáveis são os de alimentação e tecnologia da informação, como celeiro de oportunidades. “Agora é preciso planejar e conhecer bem antes de abrir a empresa, de modo a evitar prejuízos mais na frente”, disse Alexandre Alves.