Foto: Agência Brasil Folhapress - O senador Fernando Collor (PTB-AL) não informou à Justiça Eleitoral ser o proprietário da Lamborghini, da Ferrari e do Porsche apreendidos na Casa da Dinda, residência de sua família em Brasília, durante operação da Polícia Federal realizada nesta terça-feira (14).
Os três veículos, avaliados em quase R$ 7 milhões, foram apreendidos durante ação realizada em seis Estados e no Distrito Federal, contra políticos investigados no âmbito da Operação Lava Jato.
Segundo o procurador-geral da República, a operação, batizada de Politeia, visava garantir a apreensão de bens adquiridos com possível prática criminosa.
Além do ex-presidente da República, também foram alvo da ação os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e os ex-deputados Mário Negromonte (PP), hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, e João Pizzolati (PP-SC), secretário estadual da Bahia.
No início da noite de terça, Collor subiu à tribuna do Senado para defender-se e disse que a “truculência” da operação extrapolou “todos os limites” da legalidade, uma vez que os agentes não apresentaram mandados judiciais para apreenderem bens e “invadirem” as casas dos senadores.
O senador afirmou que repudia com “veemência” a operação policial, que classificou de “invasiva” e “arbitrária”.
Também disse que foi “humilhado” pela ação da PF, assim como sua mulher e filhas pequenas. “O argumento da operação foi o de evitar a destruição de provas.
Depois de dois anos, evitar a destruição de provas como se lá houvesse algum tipo de prova.
E prova de quê, afinal?
Por acaso, um veículo é documento, é um computador?
Qual seria o objetivo a não ser o de constranger, intimidar e promover cena de espetáculo pura e simplesmente visando a exploração midiática?”, questionou.
Collor reagiu, em especial, à apreensão de três veículos na Casa da Dinda.
O senador disse que todos os veículos foram declarados e adquiridos antes das investigações da Lava Jato, o que comprova o caráter “espetaculoso” da operação da PF.
Os veículos, porém, não constam da declaração de bens informada por Collor à Justiça Eleitoral em 2014, quando foi eleito senador.
Ele informou ser proprietário de 14 veículos, incluindo uma outra Ferrari que não a apreendida pela PF.
Uma Lamborghini Aventador, como a que foi apreendida na casa do ex-presidente, custa R$ 3,9 milhões.
Já a Ferrari 458 Italia sai por R$ 1,95 milhão, enquanto o Porsche Panamera Turbo custa R$ 999 mil.
OS VEÍCULOS DE COLLOR INFORMADOS À JUSTIÇA: BMW 760IA R$ 714.471,25 Kia Carnival R$ 183.000 Ferrari Scaglietti preta R$ 556.025,81 Toyota Land Cruiser R$ 180.000 Mercedes E320 R$ 342.810 Hilux R$ 142.000 VW Gol R$ 27.000 Citröen C6 R$ 322.804,31 Cadilac SRX R$ 65.406 Hyundai Vera Cruz R$ 139.000 Honda Accord R$ 51.000 Hilux R$ 14.346,06 Kia Carnival R$ 133.810,42 Land Rover R$ 114.608,97