Policiais federais recolheram documentos e computadores dos imóveis dos investigados.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem.
Atualizada às 14h28 O cumprimento dos mandados judiciais feitos pela Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (14), no âmbito da Operação Lava Jato, resultou na apreensão de documentos pessoais, HDs e notebooks, além de notas de euro e dólares, em Pernambuco.
Policiais realizaram buscas nos imóveis do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e do deputado federal Eduardo da Fonte (PP), ambos em Boa Viagem, no Recife.
A PF não especificou a quantia apreendida, nem detalhou os objetos encontrados nas residências.
No início da manhã, foram realizadas buscas na Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca.
Os parlamentares são acusados de receber dinheiro desviado da Petrobras.
Os materiais recolhidos serão enviados para a sede da PF, em Brasília.
No Distrito Federal, será feita análise dos dados coletados.
A operação no Estado envolveu 40 policiais federais e oito procuradores da República.
Além de Fernando Bezerra Coelho e Eduardo da Fonte, líder do PP na Câmara, também foram recolhidos documentos em imóveis de empresários do Estado.
Na residência do senador, a PF recolheu, apenas, documentos.
O presidente da Copergás, Aldo Guedes, também foi um dos alvos da investigação da Polícia Federal no Recife dentro da Operação Lava Jato.
O empresário perbambucano foi objeto de diligências em sua casa e em uma empresa particular, cuja razão social seria Jacarandá Negócios.
Amigo pessoal de Eduardo Campos, o nome de Aldo Guedes ganhou projeção nacional logo após o acidente com o jatinho que levava o candidato socialista, em agosto de 2014.
No Brasil, a PF e o Ministério Público Federal (MPF) cumpriram 53 mandados de busca e apreensão, na Operação Politeia.
Os mandados são referentes a seis processos instaurados no Supremo Tribunal Federal (STF) a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato e estão sendo cumpridos em seis unidades da Federação: Bahia, Pernambuco, Alagoas, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal.
LEIA MAIS: » PF cumpre oito mandados em Pernambuco, FBC e Eduardo da Fonte estão na lista » FBC e Eduardo da Fonte se colocam à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos » PF apreende coleção de carros de luxo de Collor na Casa de Dinda » Por causa de Collor, polícia faz busca e apreensão em afiliada da Globo Também são alvos da investigação o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI).
Os mandados foram expedidos pelos ministros do STF Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
O objetivo dos mandados é evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados.
Eles respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitação, organização criminosa, entre outros.
Foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa.
Por meio da assessoria de imprensa, Eduardo da Fonte afirmou que “está à disposição da Justiça para colaborar, no que for possível, para esclarecer todos os fatos”.
O parlamentar está em Brasília, na sessão da Câmara dos Deputados.
Já o senador Fernando Bezerra Coelho enviou uma nota em que manifesta confiança no trabalho das autoridades que conduzem o processo investigatório e afirma que poderia ter disponibilizado os documentos – necessários para a investigação – e poderia evitar o constragimento de receber o mandado de busca e apreensão.
O nome da operação, Politeia, vem do livro A República, de Platão, que faz referência a uma cidade perfeita, onde a ética prevalece sobre a corrupção.
A operação envolveu 250 policias em todo o Brasil.
VEJA LISTA DOS LOCAIS ONDE FORAM CUMPRIDOS OS MANDADOS: 1.
Residência de Fernando Bezerra Coelho, em Boa Viagem 2.
Residência de Eduardo da Fonte, em Boa Viagem 3.
Refinaria Abreu e Lima 4.
Imóvel de Aldo Guedes, presidente da Copergás 5.
Jacarandá Negócios, empresa ligada a Aldo Guedes 6.
Imóvel de um sócio de Eduardo da Fonte, cujo nome não foi revelado 7.
ADLP Motors LTDA. (Empresa familiar de Eduardo da Fonte) 8.
Empresário cujo nome não foi revelado As informações dos endereços são extraoficiais.
A PF evitou comentar o caso e disse que a investigação será concentrada em na sede de Brasília.